|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NEGACIONISMO
Teerã quer que Ocidente permita ocorrência de evento que examinará "provas científicas" do massacre de judeus
Irã realizará conferência sobre Holocausto
DA REDAÇÃO
O Irã disse ontem que realizará
uma conferência para examinar
as "provas científicas" da existência do Holocausto, ação que parece ser um novo passo na campanha do presidente linha-dura
Mahmoud Ahmadinejad contra
Israel e deverá isolar ainda mais o
país islâmico na cena global.
Ahmadinejad já classificou a
morte de cerca de 6 milhões de judeus nas mãos dos nazistas na Segunda Guerra Mundial de "mito",
além de dizer que o Estado de Israel deveria ser "apagado do mapa" ou mudar-se para a Europa.
Essas afirmações atraíram fortes críticas internacionais, e, na
semana passada, Teerã fez crescer
a preocupação internacional ao
retomar o que chama de "pesquisas" em seu centro de enriquecimento de urânio de Natanz.
Hamid Reza Asefi, porta-voz da
Chancelaria iraniana, não revelou
em que cidade a conferência será
realizada, nem quem estará presente ao evento, nem a razão por
que o Irã resolveu bancar sua realização neste momento.
Durante uma entrevista coletiva
ocorrida anteontem, Ahmadinejad exortou o Ocidente a ter a
"mente aberta" e a permitir um
debate internacional sobre o Holocausto. Asefi adotou ontem a
mesma linha.
"Trata-se de um mundo muito
estranho. É possível debater qualquer tema exceto o Holocausto. A
Chancelaria iraniana planeja realizar uma conferência sobre os aspectos científicos da questão para
discutir e revisar suas repercussões", afirmou Asefi.
No início do mês, a Associação
de Jornalistas Muçulmanos, um
grupo linha-dura, propôs a realização de uma conferência similar,
mas Asefi disse que as duas iniciativas não têm relação entre si.
Israel e o Irã tinham boas relações até a Revolução Islâmica de
1979, liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, que depôs o xá Reza Pahlavi. Israel apoiava o xá, o
que, aparentemente, motivou
Khomeini a chamar o Estado judaico de "Pequeno Satã".
O senador republicano americano Tom Lantos, sobrevivente
ao Holocausto que nasceu em Budapeste, na Hungria, afirmou que
a intenção do Irã é colocar em dúvida a existência do massacre dos
judeus pelo nazistas na Segunda
Guerra Mundial.
Ahmadinejad tem adotado retórica similar à de Khomeini, aparentemente tentando reavivar o
espírito da Revolução Islâmica no
Irã, cuja população não é tradicionalmente anti-semita. Antes da
revolução, cerca de 100 mil judeus
viviam no país, mas por volta de
75% fugiram durante o levante.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Lagos sai com a popularidade elevada Próximo Texto: Sanções causarão subida do preço do petróleo, diz Teerã Índice
|