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Morte de líder pode levar a fim da ofensiva antes da posse de Obama
DO ENVIADO A SDEROT
Said Siam, considerado o número três do Hamas na faixa de
Gaza, já havia escapado de pelo
menos quatro tentativas de assassinato do Exército de Israel
nos últimos anos. Sua execução, embora articulada há muito tempo pelos serviços de segurança israelenses, faz parte
do aumento da pressão militar
sobre o Hamas, o que analistas
estão interpretando como o último ato da ofensiva em Gaza.
Além dos progressos no Egito para a obtenção de um acordo de cessar-fogo, a contagem
regressiva é apressada por um
prazo que nenhum membro do
governo comenta abertamente,
mas que é constantemente
lembrado pela imprensa israelense: a posse do novo presidente americano, Barack Obama, na próxima terça-feira.
Para os jornalistas que acompanham o dia-a-dia do gabinete
israelenses, o vácuo político da
transição foi aproveitado para
acertar as contas com o Hamas,
mas é bom que os canhões silenciem até o juramento de
Obama. Ocorre que a lentidão
das negociações no Egito pode
atrasar esse cronograma e tornar inevitável uma posse na Casa Branca tendo a guerra como
indesejável pano de fundo.
Alguns falam em pelo menos
mais dez dias de confrontos. Os
comandantes do Exército israelense têm dado sinais de que
já alcançaram tudo o que podiam em Gaza sem ampliar significativamente a invasão, ou
mesmo reocupar o coração da
Cidade de Gaza, onde acreditam estarem escondidos os
principais líderes do Hamas.
Mas isso implica no custoso e
imprevisível prolongamento da
guerra, o que às vésperas da
eleição em Israel não é do interesse de dois dos principais
candidatos, o ministro da Defesa, Ehud Barak, e a chanceler
Tzipi Livni, os principais arquitetos da ofensiva em Gaza, ao
lado do premiê Ehud Olmert.
A execução de Said Siam, que
chefiava a segurança interna
em Gaza, pode ter sido o sinal
de vitória, ainda que modesto,
que Israel buscava para o cessar-fogo. Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas, disse, porém:
"Alguns dos nossos líderes cairão, mas a bandeira da resistência não cairá".
(MN)
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