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Livni viaja para selar apoio dos EUA
Chanceler israelense busca acordo bilateral que garanta medidas contra o rearmamento do Hamas
Israel quer pacto assinado
antes da posse de Obama;
sob pressão, Hamas oferece
por intermédio do Egito um
ano de trégua renovável
DA REDAÇÃO
O governo israelense anunciou ontem à noite o envio a
Washington da chanceler Tzipi
Livni para negociar com os
EUA, maior aliado e principal
fornecedor de armas a Israel, os
termos de um cessar-fogo na
faixa de Gaza.
Segundo autoridades israelenses, Livni quer obter um
acordo bilateral com a Casa
Branca contemplando garantias de que qualquer plano de
paz deve ter como principal objetivo evitar que o Hamas se
abasteça em armas através da
fronteira entre Gaza e o Egito.
Na prática, o governo israelense quer que os EUA, como
membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, só
endossem um plano de paz que
estipule o controle rigoroso dos
14km da fronteira Gaza-Egito e
a destruição dos túneis usados
pelo Hamas para infiltrar armas no território palestino.
Segundo o jornal "Haaretz",
entre as demandas israelenses
estão ainda uma declaração
americana exortando a comunidade internacional a reprimir o tráfico de armas do Irã à
faixa de Gaza e ações para combater o contrabando por mar,
possivelmente com participação da Otan, a aliança militar
ocidental.
O apelo a Washington evidencia o ceticismo de Israel em
relação ao acordo que o Egito
tenta negociar. A proposta
egípcia, a única formalmente
em discussão, pede o envio de
monitores à fronteira Gaza-Egito, mas não esclarece quem
controlaria o setor.
O Cairo rejeita a ideia de ter
tropas estrangeiras em seu solo
e sugere que o controle das passagens do lado de Gaza fique
com a Autoridade Nacional Palestina, dominada pelo grupo
palestino Fatah, rival do Hamas. O Hamas ontem disse que
não abre mão de controlar a
passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito.
Em inédita proposta detalhada ontem, o grupo islâmico ofereceu uma trégua renovável de
um ano se Israel retirar seus
soldados de Gaza em sete dias e
levantar o bloqueio econômico
imposto há um ano e meio ao
território palestino.
Em troca do fim dos disparos
de foguetes Qassam, o Hamas
pede garantias internacionais
de que Israel manterá as fronteiras abertas e se diz favorável
ao envio de uma missão para
monitorar a área, desde que os
observadores -desarmados-
sejam turcos.
O grupo islâmico também
quer uma conferência internacional e ajuda internacional para a reconstrução de Gaza.
Especula-se que o Hamas dificilmente conseguirá impor
suas exigências, por estar muito enfraquecido e sob pressão.
A viagem às pressas de Livni
aos EUA também sinaliza o desejo israelense de buscar um
acordo aproveitando os últimos dias de presidência de
George W. Bush, que entrega o
cargo no dia 20.
Bush é tido como o mais incondicional aliado de Israel entre os presidente americanos e
especula-se que o governo israelense pode não ter o mesmo
apoio por parte de seu sucessor,
o democrata Barack Obama.
Com agências internacionais
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