São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Atirador que matou cinco em universidade era aluno brilhante

Polícia diz que é impossível impedir ataques; episódio de Illinois é o 4º em 7 dias

Jim Killam/Northern Star/Associated Press
Stephen Kazmierczak, o atirador


DA REDAÇÃO

O atirador que matou cinco pessoas na Universidade do Norte de Illinois (EUA) antes de se suicidar foi identificado ontem como Stephen Kazmierczak, 27, um ex-aluno da pós-graduação em Serviço Social premiado por seu trabalho sobre o sistema prisional. Estudante dedicado e sem histórico de problemas no campus, ele fazia tratamento psiquiátrico e teria deixado de tomar "algum tipo de remédio" recentemente, segundo a polícia.
Anteontem, Kazmierczak foi ao campus de DeKalb com quatro armas, todas adquiridas legalmente. Duas, uma pistola glock 9 mm e uma espingarda remington automática, foram compradas há menos de uma semana. Elas estavam escondidas em uma caixa de violão, e o casaco do atirador encobria o cinto de munição.
Kazmierczak entrou no auditório onde mais de cem pessoas assistiam a uma aula de introdução à oceanografia e disparou calado contra a multidão. Vinte e uma pessoas foram atingidas. Cinco morreram, e seis estão gravemente feridas.
Quando os primeiros policiais entraram no auditório, menos de um minuto após uma ligação para o número de emergências, o atirador já tinha se suicidado. O sangue se espalhava pelo campus, com a fuga desesperada dos feridos.

"Prevenção é impossível"
"Não havia sinais de alerta", disse o chefe da polícia do campus, Donald Grady. Segundo o policial, Kazmierczak era um aluno brilhante, "muito respeitado por colegas e professores". Ele deixou a instituição em 2007 e se transferiu para outra universidade estadual.
Grady disse que pessoas próximas ao estudante haviam notado mudanças em seu comportamento nas últimas semanas, provavelmente por ter parado de tomar medicamentos, mas que seria impossível prever o ataque. Foi o quarto episódio envolvendo um atirador em instituições de ensino americanas em uma semana.
"É improvável que alguém tenha um dia a capacidade de impedir que incidentes como esse ocorram", disse Grady ao "Chicago Tribune". O campus de DeKalb tem um sistema de segurança sofisticado, que foi reformado após a morte de 32 pessoas no instituto Virginia Tech, em abril de 2007. Na época, a instituição foi criticada por não alertar sobre a presença de um atirador.
Em Illinois, o sistema deu o aviso imediatamente por e-mail e ligações automáticas para os telefones do campus. Não foi o suficiente para impedir as mortes de Daniel Parmenter, 20, Catalina Garcia, 20, Ryanne Mace, 19, Julianna Gehant, 32, e Gayle Dubowski, 20.

Vigília
As aulas na Universidade do Norte de Illinois foram canceladas por um período indeterminado, e grande parte dos alunos retornou a suas casas. Os que ficaram se reúnem e se confortam em sucessivas vigílias e homenagens aos colegas assassinados.
Na quinta-feira, foram quatro vigílias. "Se você ainda se sentir só depois de todos os telefonemas e mensagens, pelo menos aqui todos nós estamos juntos", disse David Danaher, 23, ao "Chicago Tribune".


Com agências internacionais


Texto Anterior: Americanas
Próximo Texto: Obama defende controle limitado de porte de armas; republicanos se opõem
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.