São Paulo, terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

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Teerã aproveita para divulgar turismo

DE GENEBRA

O governo iraniano não desperdiçou a oportunidade de negócios diante de tantos diplomatas, jornalistas, ativistas e estudantes lotando os corredores das Nações Unidas na manhã de ontem.
Em um stand na entrada do salão onde ocorria sua primeira revisão periódica no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o Irã empilhava dezenas de livretos divulgando o turismo no país em meio a folhetos com informações relacionadas à ordem do dia.
No principal deles, o governo iraniano lista em 82 páginas e papel de boa qualidade os patrimônios da humanidade no país, como as cidades de Isfahan e Persépolis, em uma edição cuidadosa e repleta de fotos.
Em um DVD, anuncia a "terra antiga de beleza e maravilhas", exposta em 27 vinhetas, três documentários e três curtas-metragens.
E dá-lhe cavalgadas em dunas, romãs, mesquitas, mosaicos e loas à hospitalidade iraniana ao estrangeiro. Tudo ao som de, claro, música persa.
Stands com informações sobre o país em eventos na ONU não são anormais -na última sessão regular do conselho, no ano passado, havia até distribuição de brindes.
Mas fazer propaganda turística em meio a um debate tão sensível sobre direitos humanos, como o iraniano, parece uma novidade.
"O Sistema Hidráulico Histórico Shushtar, descrito como uma obra-prima em termos de gênio criativo, remonta ao império de Dário, o Grande, no século 5º antes de Cristo", diz um dos textos bilíngues da edição que disputava espaço com exemplares da Constituição da República Islâmica e cópias do pronunciamento do representante do país no conselho.
A estratégia iraniana, entretanto, parece não ter sido das mais bem-sucedidas. Após o término da sessão do conselho, as pilhas de livros, folhetos e DVDs não haviam diminuído. (LC)


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