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Teerã aproveita para divulgar turismo
DE GENEBRA
O governo iraniano não
desperdiçou a oportunidade de negócios diante de
tantos diplomatas, jornalistas, ativistas e estudantes lotando os corredores
das Nações Unidas na manhã de ontem.
Em um stand na entrada
do salão onde ocorria sua
primeira revisão periódica
no Conselho de Direitos
Humanos da ONU, em Genebra, o Irã empilhava dezenas de livretos divulgando o turismo no país em
meio a folhetos com informações relacionadas à ordem do dia.
No principal deles, o governo iraniano lista em 82
páginas e papel de boa
qualidade os patrimônios
da humanidade no país,
como as cidades de Isfahan e Persépolis, em uma
edição cuidadosa e repleta
de fotos.
Em um DVD, anuncia a
"terra antiga de beleza e
maravilhas", exposta em
27 vinhetas, três documentários e três curtas-metragens.
E dá-lhe cavalgadas em
dunas, romãs, mesquitas,
mosaicos e loas à hospitalidade iraniana ao estrangeiro. Tudo ao som de, claro, música persa.
Stands com informações sobre o país em eventos na ONU não são anormais -na última sessão
regular do conselho, no
ano passado, havia até distribuição de brindes.
Mas fazer propaganda
turística em meio a um debate tão sensível sobre direitos humanos, como o
iraniano, parece uma novidade.
"O Sistema Hidráulico
Histórico Shushtar, descrito como uma obra-prima em termos de gênio
criativo, remonta ao império de Dário, o Grande, no
século 5º antes de Cristo",
diz um dos textos bilíngues da edição que disputava espaço com exemplares da Constituição da República Islâmica e cópias
do pronunciamento do representante do país no
conselho.
A estratégia iraniana,
entretanto, parece não ter
sido das mais bem-sucedidas. Após o término da
sessão do conselho, as pilhas de livros, folhetos e
DVDs não haviam diminuído.
(LC)
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