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Regime está virando ditadura, diz Hillary
DA REDAÇÃO
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, acusou
ontem a Guarda Revolucionária do Irã de ocupar o espaço do
governo iraniano e levar o país
rumo a uma "ditadura militar".
Em viagem à Arábia Saudita,
durante uma ofensiva diplomática americana para costurar
novas sanções contra o programa nuclear iraniano, Hillary
disse que, na visão dos EUA, "o
governo do Irã, o líder supremo, o presidente e o Parlamento estão sendo suplantados". É
a primeira vez que um membro
de alto escalão do governo Obama faz tal acusação.
A Guarda Revolucionária é
uma facção de elite de 150 mil
homens que ampara o regime
nas esferas militar, ideológica e
econômica e cuida do programa nuclear iraniano. Criada
após a Revolução Islâmica
(1979), a guarda cresceu nos últimos anos e responde ao líder
supremo, aiatolá Ali Khamenei.
A chanceler americana e outros três altos diplomatas dos
EUA estão em giro pelo Oriente
Médio para obter apoio para
novas sanções contra Teerã e
aumentar a pressão sobre a República Islâmica, após esta elevar sua capacidade de enriquecimento de urânio e declarar-se um "Estado nuclear". O Ocidente teme que o programa vise a bomba, o que Teerã nega.
Hillary, no entanto, negou
que os EUA tenham planos de
atacar o Irã, e sim que querem
"unir a comunidade internacional para pressioná-lo".
Israel, que se sente diretamente ameaçado pelo programa nuclear iraniano, também
faz lobby por punições. Em visita a Moscou, ontem, o premiê
Binyamin Netanyahu pediu ao
presidente russo, Dmitri Medvedev, por "sanções duras que
afetem a exportação de combustível" do Irã -quinto maior
exportador mundial de petróleo-, disse Netanyahu.
"[Teerã] só poderá morder se
tiver dentes. Sanções diluídas
não funcionarão", agregou.
Israel também pede a Moscou a suspensão da venda de
um sistema de mísseis a Teerã, que poderá ser usado para
proteção contra ataques às
instalações nucleares do país.
O Kremlin não comentou,
apesar de Netanyahu ter dito
que "a Rússia entende a importância de evitar que o Irã
adquira armas nucleares". O
poder de veto de Moscou e
Pequim no Conselho de Segurança da ONU é o principal
entrave para a aprovação de
sanções mais duras. A Rússia
deu indicativos de que pode
apoiar sanções, mas convencer Pequim a fazer o mesmo é
tarefa mais difícil para as potências ocidentais.
Nova proposta
O chefe do programa atômico do Irã, Ali Akbar Salehi,
disse ontem que o país estuda
nova proposta do Ocidente
para enriquecer urânio fora
do país, segundo a imprensa
iraniana. França, EUA e Rússia negaram ter feito tal oferta. Em outubro, a Agência Internacional de Energia Atômica propôs que o Irã enviasse seu urânio para enriquecimento no exterior em grau
suficiente para fins medicinais, mas não houve acordo.
Com agências internacionais
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