|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Equipe de estrelas vai defender Eliot Spitzer
Ex-defensor da moral e da ética se envolveu em escândalo de prostituição
Para pesquisador e analista político John Zogby, maior problema é a hipocrisia de Eliot Spitzer; político nem mesmo ria de piadas sujas
DA REDAÇÃO
Após anos vendendo a imagem de irrepreensível defensor
da lei, o governador de Nova
York, Eliot Spitzer, foi obrigado
na última semana a recorrer a
alguns dos melhores advogados
dos EUA para se defender em
um dos maiores escândalos políticos e sexuais a atingir o Estado em anos recentes.
Spitzer anunciou a renúncia
após ser divulgado seu envolvimento com a rede de prostituição de luxo Emperors Club
VIP, com a qual teria gasto até
US$ 80 mil. Agora, o ex-procurador-geral e ex-estrela democrata em ascensão listou três
membros da prestigiada firma
Paul, Weiss, Rifkind, Wharton
& Garrison como defensores
caso sofra um processo federal.
A líder da equipe é Michele
Hirshman, que foi a principal
assistente do governador quando ele era procurador-geral de
Nova York. Ela será assessorada por Theodore Wells Jr., co-diretor do departamento de litígios da firma, e Mark Pomerantz, ex-chefe da divisão criminal do escritório do procurador-geral dos EUA no distrito
sudeste de Nova York -que
tem nas mãos o caso de Spitzer,
diz o "New York Times".
A firma é a 13ª no ranking das
cem mais prestigiosas do país,
segundo a empresa de recrutamento e informações legais
Vault. Teoricamente, Spitzer
poderá ser denunciado por vários crimes. Ele violou uma lei
ao transportar uma prostituta
de Nova York para Washington
para um encontro; teria dividido pagamentos que excediam
US$ 10 mil em partes menores
para evitar declarações à Receita; e pode ter usado fundos de
campanha para pagar a rede.
Hipocrisia
Mas o fato de o político, casado e com três filhas, ter se encontrado com garotas de programa não é a única causa da
comoção que tomou Nova York
e deixou mais de 70% de seus
moradores, segundo pesquisas,
a favor da renúncia.
O problema maior, para o
pesquisador e analista político
John Zogby, foi a hipocrisia.
"Eleitores não gostam de pessoas que dizem uma coisa e fazem o oposto", escreveu ele em
artigo recente para o site "Huffington Post". Spitzer era visto
como um incansável defensor
da "moral e da ética", diz. "Ele
não poderia pedir perdão porque nunca, nunca perdoava."
Apelidado de xerife de Wall
Street por sua luta contra a corrupção e crimes financeiros,
Spitzer também perseguiu duramente redes de prostituição.
Em 2004, o então procurador-geral de Nova York ajudou a
pressionar por uma lei que elevasse a pena para homens que
pagam por sexo. Em 2007, já
governador, ele assinou a lei.
Também em 2004, ao prender 16 membros de uma rede de
prostituição em Staten Island,
Spitzer deu declarações aparentando raiva e repulsa.
Segundo o "International
Herald Tribune", grupos antiprostituição locais estão "em
estado de choque". O time de
estrelas da advocacia pode até
livrá-lo da prisão, mas limpar
sua imagem será mais difícil.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Albânia: Explosão em arsenal de base fere 243 Próximo Texto: Nova York: Guindaste cai sobre edifícios e mata quatro Índice
|