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CAPTURA
Palestino Abu Abbas, detido em Bagdá, era procurado pelo sequestro de navio italiano em 85
EUA anunciam prisão de terrorista
DA REDAÇÃO
O terrorista palestino Abu Abbas, líder da Frente de Libertação
da Palestina (FLP) e idealizador
do sequestro de um navio italiano
em 1985, foi capturado anteontem
por forças especiais dos EUA ao
sul do Bagdá, segundo nota oficial
do Comando Central dos EUA.
A captura "remove uma porção
da rede terrorista apoiada pelo
Iraque e representa mais uma vitória na guerra global contra o terrorismo", diz o comunicado.
Segundo a agência France Presse, os marines teriam descoberto
um campo de treinamento de
uma facção da FLP. De acordo
com a Associated Press, colaboradores de Abbas também teriam
sido detidos e armas e documentos teriam sido apreendidos.
Abbas, cujo nome verdadeiro é
Mohammed Abbas, planejou o
sequestro do navio Achille Lauro,
com cerca de 400 pessoas a bordo,
perto da costa do Egito, no Mediterrâneo. Quatro palestinos armados sequestraram o navio, que
se dirigia a Israel, e exigiram que
50 prisioneiros palestinos fossem
libertados de prisões israelenses.
Durante o sequestro, o passageiro Leon Klinghoffer, um judeu
americano de 69 anos portador
deficiência física, foi morto a tiros.
Seu corpo foi jogado do navio na
cadeira de rodas. Após dois dias
de impasse, os sequestradores se
renderam às autoridades egípcias,
sob a garantia de que seriam levados para a Tunísia e libertados.
Abbas não estava no navio, mas
participou das negociações e juntou-se aos sequestradores. Embarcaram num avião egípcio, que
foi interceptado por jatos militares americanos e forçado a aterrissar na Sicília (sul da Itália).
As autoridades italianas detiveram os sequestradores, mas se recusaram a prender Abbas, sob o
argumento de que não havia indícios e porque ele possuía um passaporte diplomático iraquiano.
Abbas deixou a Itália, mas, em
1986, foi condenado à revelia pela
Justiça italiana à prisão perpétua.
Durante parte dos anos 90, Bagdá foi adotada como moradia por
Abu Abbas e Abu Nidal, outro
importante terrorista palestino.
No ano passado, o regime iraquiano anunciou que Nidal teria
se suicidado, mas suspeita-se que
tenha sido morto pelo governo.
Em 1996, quando o processo de
paz israelo-palestino parecia deslanchar, Abu Abbas voltou do exílio para Gaza e desculpou-se pela
morte de Klinghoffer. "O assassinato do passageiro foi um erro.
Sentimos muito", disse.
Segundo a CNN, Israel ignorou,
na época, sua presença após concluir que ele teria renunciado ao
uso da violência. Mas os EUA e a
família do passageiro morto rejeitaram o pedido de desculpas.
A Frente de Libertação da Palestina, que realizou diversas operações contra Israel e pela independência da Palestina, é oficialmente designada pelos EUA como
uma organização terrorista. Em
outubro passado, o presidente
dos EUA, George W. Bush, acusou o Iraque de proteger Abbas.
Os EUA acusaram o regime de
Saddam Hussein de colaborar
com grupos terroristas, um dos
motivos que levaram os EUA a
atacarem o Iraque.
Com agências internacionais
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