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Em 2º dia de manifestações contra Putin, 150 são presos
Protesto em São Petersburgo pedia "renúncia" do presidente e "eleições justas"
Coalizão que agrupa desde líder ultranacionalista ao
ex-enxadrista Kasparov fora duramente reprimida em ato na véspera em Moscou
Dmitry Lovetsky/Associated Press
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Policial prende manifestante durante protesto contra o governo Putin, em São Petersburgo |
DA REDAÇÃO
A golpes de cassetetes e chutes, policiais russos detiveram
ontem 150 manifestantes que
protestavam contra o presidente Vladimir Putin em São
Petersburgo, liderados pela
coalizão de oposição Outra
Rússia. No sábado, em Moscou,
170 opositores -entre eles o
ex-campeão mundial de xadrez
Gary Kasparov, 44- também
haviam sido presos após protestarem contra "o esmagamento", por Putin, das liberdades democráticas no país.
Ontem, após uma manifestação autorizada pela polícia que
pedia a renúncia de Putin, 500
dos 3.000 oposicionistas reunidos se dirigiram a uma estação
de metrô quando teve início o
confronto com os policiais.
O líder do Partido Nacional
Bolchevique, que também
compõe a Outra Rússia, Eduard
Limonov, 64, dirigia-se aos manifestantes com as palavras:
"Pedimos a renúncia do governo e do presidente, além de liberdade e eleições [presidenciais] justas". Mais tarde, Limonov seria detido e posteriormente libertado pela polícia.
Segundo a Reuters, os policiais continuaram a bater nos
opositores mesmo depois de tê-los colocado nos camburões.
Kasparov, que deve ser candidato em 2008, afirmou que "o
regime não está prestando
mais atenção à lei".
As televisões russas, que são
controladas pelo Estado, deram pouca atenção aos protestos e aos conflitos de ontem.
Coalizão ampla
A coalizão Outra Rússia
agrupa uma oposição heterogênea, como Kasparov, Limonov
e o ex-premiê de Putin Mikhail
Kasianov. Apesar de ser marginal no sistema político russo,
ela tem ganhado adeptos.
Rival político de Putin, Kasparov lidera uma oposição ferrenha ao presidente desde que
deixou os tabuleiros, em 2005.
Aliou-se a Limonov, que defende posições ultranacionalistas
pró-eslavas. Seus seguidores se
identificam com os revolucionários bolcheviques e com o
movimento Decembrista, que
instigou uma conspiração contra o czar Nicolai 1º, em 1825.
Já Kasianov, 49, é um especialista em finanças públicas e
dirigiu o governo de 2000 a
2004, antes de se bandear para
a oposição. Líder da União Democrática Popular, quer se lançar à Presidência em 2008, embora seja impopular e esteja
sendo processado por apropriação ilegal de bens.
A maioria dos russos, contudo, apóia Putin, que, em sete
anos de governo, viu subir o
preço do petróleo e das commodities e o resgate do orgulho
nacional, após o caos que se seguiu ao fim da União Soviética.
Com agências internacionais
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