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Fumaça de vulcão gera caos aéreo na Europa
Espaços aéreos de sete países são fechados, e 4.000 voos, cancelados por conta de colunas de cinzas de erupção na Islândia
Interrupção de tráfego é a maior desde os ataques do 11 de Setembro; previsão é a de que problemas persistam no mínimo até amanhã
Luis Forra/Efe
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No aeroporto de Faro, Portugal, passageiros aguardam informações sobre voos cancelados devido a nuvem de cinzas vulcânicas
DA REDAÇÃO
Gigantescas colunas de fumaça e cinzas expelidas por um
vulcão em erupção na Islândia
causaram ontem o fechamento
do espaço aéreo de sete países
europeus e o cancelamento de
milhares de voos, a maior interrupção de tráfego aéreo ocorrida desde o 11 de Setembro.
Autoridades disseram ser difícil prever quando a situação
será normalizada. A organização europeia de segurança aérea alertou que a paralisação
pode durar mais dois dias.
O início da erupção -a segunda em um mês- ocorreu
anteontem. O vulcão, localizado abaixo da geleira Eyjafjallajokull, lançou uma nuvem de
cinzas de até 11 km na atmosfera que, durante a noite, moveu-se para o leste, em direção ao
continente, e para o sul.
Voos não emergenciais foram cancelados no Reino Unido, e os aviões continuarão em
solo até pelo menos o meio-dia
(8h em Brasília) de hoje.
Autoridades de Finlândia, Irlanda, Dinamarca, Noruega,
Suécia e Bélgica também fecharam seu espaço aéreo. A França
fechou 24 aeroportos, incluindo o Charles de Gaulle, em Paris, e os terminais de Berlim e
Hamburgo, na Alemanha, foram fechados. A Holanda cancelou diversos voos. Cerca de
4.000 voos foram cancelados
em toda a Europa.
Uma porta-voz do Serviço
Nacional de Tráfego Aéreo britânico disse que não "há lembrança viva" do fechamento do
espaço aéreo do país. No 11 de
Setembro, houve apenas a ordem para pouso imediato ou
permanência em solo.
Os cancelamentos causaram
transtornos para a população e
para autoridades. Sarah Davis,
que iria de Londres para Los
Angeles, disse que chegou a
embarcar, mas teve de voltar.
"O avião fez todo o percurso para decolar. Até passaram o vídeo de segurança", relatou.
Os monarcas da Noruega,
que viajariam para o aniversário da rainha Margrethe, da Dinamarca, tiveram os planos
cancelados. O premiê russo,
Vladimir Putin, foi obrigado a
desistir de viajar para a cidade
de Murmansk. "A fumaça cobriu toda a região", disse seu
porta-voz, Dmitri Peskov.
Perigo
Segundo especialistas, cinzas
vulcânicas contêm pequenas
partículas de vidro e rocha pulverizada -indetectáveis pelos
radares- que podem danificar
os motores das aeronaves.
O Serviço Geológico dos EUA
(USGS, em inglês) diz que cerca
de cem aeronaves atravessaram nuvens de cinzas vulcânicas entre 1983 e 2000. Houve
casos em que os motores perderam força ou desligaram-se
momentaneamente, mas não
houve acidentes.
Em 1989, um Boeing-747 da
holandesa KLM entrou em
uma coluna de fumaça do vulcão Redoubt, no Alasca (EUA),
e perdeu toda a força, caindo de
7.500 metros para 3.600 antes
de a tripulação conseguir religar os motores. A aeronave
pousou em segurança.
Com agências internacionais
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