São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2010

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Fumaça de vulcão gera caos aéreo na Europa

Espaços aéreos de sete países são fechados, e 4.000 voos, cancelados por conta de colunas de cinzas de erupção na Islândia

Interrupção de tráfego é a maior desde os ataques do 11 de Setembro; previsão é a de que problemas persistam no mínimo até amanhã


Luis Forra/Efe
No aeroporto de Faro, Portugal, passageiros aguardam informações sobre voos cancelados devido a nuvem de cinzas vulcânicas

DA REDAÇÃO

Gigantescas colunas de fumaça e cinzas expelidas por um vulcão em erupção na Islândia causaram ontem o fechamento do espaço aéreo de sete países europeus e o cancelamento de milhares de voos, a maior interrupção de tráfego aéreo ocorrida desde o 11 de Setembro.
Autoridades disseram ser difícil prever quando a situação será normalizada. A organização europeia de segurança aérea alertou que a paralisação pode durar mais dois dias.
O início da erupção -a segunda em um mês- ocorreu anteontem. O vulcão, localizado abaixo da geleira Eyjafjallajokull, lançou uma nuvem de cinzas de até 11 km na atmosfera que, durante a noite, moveu-se para o leste, em direção ao continente, e para o sul.
Voos não emergenciais foram cancelados no Reino Unido, e os aviões continuarão em solo até pelo menos o meio-dia (8h em Brasília) de hoje.
Autoridades de Finlândia, Irlanda, Dinamarca, Noruega, Suécia e Bélgica também fecharam seu espaço aéreo. A França fechou 24 aeroportos, incluindo o Charles de Gaulle, em Paris, e os terminais de Berlim e Hamburgo, na Alemanha, foram fechados. A Holanda cancelou diversos voos. Cerca de 4.000 voos foram cancelados em toda a Europa.
Uma porta-voz do Serviço Nacional de Tráfego Aéreo britânico disse que não "há lembrança viva" do fechamento do espaço aéreo do país. No 11 de Setembro, houve apenas a ordem para pouso imediato ou permanência em solo.
Os cancelamentos causaram transtornos para a população e para autoridades. Sarah Davis, que iria de Londres para Los Angeles, disse que chegou a embarcar, mas teve de voltar. "O avião fez todo o percurso para decolar. Até passaram o vídeo de segurança", relatou.
Os monarcas da Noruega, que viajariam para o aniversário da rainha Margrethe, da Dinamarca, tiveram os planos cancelados. O premiê russo, Vladimir Putin, foi obrigado a desistir de viajar para a cidade de Murmansk. "A fumaça cobriu toda a região", disse seu porta-voz, Dmitri Peskov.

Perigo
Segundo especialistas, cinzas vulcânicas contêm pequenas partículas de vidro e rocha pulverizada -indetectáveis pelos radares- que podem danificar os motores das aeronaves.
O Serviço Geológico dos EUA (USGS, em inglês) diz que cerca de cem aeronaves atravessaram nuvens de cinzas vulcânicas entre 1983 e 2000. Houve casos em que os motores perderam força ou desligaram-se momentaneamente, mas não houve acidentes.
Em 1989, um Boeing-747 da holandesa KLM entrou em uma coluna de fumaça do vulcão Redoubt, no Alasca (EUA), e perdeu toda a força, caindo de 7.500 metros para 3.600 antes de a tripulação conseguir religar os motores. A aeronave pousou em segurança.

Com agências internacionais



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