São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2010

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Frio é obstáculo extra no socorro às vítimas de sismo chinês

Pequim sustenta que área afetada é remota e recusa ofertas de ajuda internacional vindas de entidades e países como ONU e EUA

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

As duras condições climáticas e as dificuldades de acesso estão prejudicando a ajuda aos sobreviventes do terremoto ocorrido na quarta-feira na Província de Qinghai (noroeste), afirmou ontem o governo chinês. Segundo as equipes de resgate, as baixas temperaturas diminuem bastante as chances de encontrar sobreviventes.
Até o fechamento desta edição, foram confirmados 760 mortos e 243 desaparecidos, segundo a agência de notícias estatal Xinhua. Há 11.477 feridos, dos quais 1.174 gravemente. O terremoto, ocorrido na quarta-feira de manhã, teve magnitude 6,9, segundo a medição americana, e 7,1, segundo o governo de Pequim, uma ditadura de partido único.
Ontem, o premiê Wen Jiabao visitou a cidade de Gyegu, a mais importante da Província de Qinghai, de cerca de 100 mil habitantes, a grande maioria tibetanos. Com um tradutor ao lado, disse que, "enquanto houver esperança, multiplicaremos por cem nossos esforços".
Já o dirigente chinês, Hu Jintao, interrompeu ontem a sua viagem pela América do Sul e voltou diretamente de Brasília ao país, deixando de visitar Chile e Venezuela.
O governo chinês recusou ofertas de ajuda internacional vindas de entidades e países como ONU e EUA. "A área do desastre é muito remota, e as comunicações, limitadas, portanto seria difícil [para estrangeiros]", disse, em Pequim, Zou Ming, diretor de assistência a desastres do Ministério de Assuntos Civis.
Zou afirmou que os itens mais urgentes são tendas, cobertores, roupa e comida aquecida. O material já estaria pronto, mas a pouca infraestrutura da região foi afetada pelo tremor, dificultando o transporte.
Relatos de agências de notícias que chegaram ao local descrevem centenas de feridos sem atenção médica adequada. Havia poucas esperanças de encontrar sobreviventes nos escombros por causa das baixas temperaturas dessa região montanhosa, de altitude média em torno de 4.000 metros. Predominam na região construções de barro e tijolo, quase todas destruídas. A maioria dos prédios que sobreviveu é de construção recente.
O governo chinês afirma ter mobilizado cerca de 10 mil homens para a região desde a ocorrência do terremoto na quarta-feira de manhã.

Com agências internacionais



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