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Frio é obstáculo extra no socorro às vítimas de sismo chinês
Pequim sustenta que área afetada é remota e recusa ofertas de ajuda internacional vindas de entidades e países como ONU e EUA
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
As duras condições climáticas e as dificuldades de acesso
estão prejudicando a ajuda aos
sobreviventes do terremoto
ocorrido na quarta-feira na
Província de Qinghai (noroeste), afirmou ontem o governo
chinês. Segundo as equipes de
resgate, as baixas temperaturas
diminuem bastante as chances
de encontrar sobreviventes.
Até o fechamento desta edição, foram confirmados 760
mortos e 243 desaparecidos,
segundo a agência de notícias
estatal Xinhua. Há 11.477 feridos, dos quais 1.174 gravemente. O terremoto, ocorrido na
quarta-feira de manhã, teve
magnitude 6,9, segundo a medição americana, e 7,1, segundo
o governo de Pequim, uma ditadura de partido único.
Ontem, o premiê Wen Jiabao
visitou a cidade de Gyegu, a
mais importante da Província
de Qinghai, de cerca de 100 mil
habitantes, a grande maioria tibetanos. Com um tradutor ao
lado, disse que, "enquanto houver esperança, multiplicaremos por cem nossos esforços".
Já o dirigente chinês, Hu Jintao, interrompeu ontem a sua
viagem pela América do Sul e
voltou diretamente de Brasília
ao país, deixando de visitar Chile e Venezuela.
O governo chinês recusou
ofertas de ajuda internacional
vindas de entidades e países como ONU e EUA. "A área do desastre é muito remota, e as comunicações, limitadas, portanto seria difícil [para estrangeiros]", disse, em Pequim, Zou
Ming, diretor de assistência a
desastres do Ministério de Assuntos Civis.
Zou afirmou que os itens
mais urgentes são tendas, cobertores, roupa e comida aquecida. O material já estaria pronto, mas a pouca infraestrutura
da região foi afetada pelo tremor, dificultando o transporte.
Relatos de agências de notícias que chegaram ao local descrevem centenas de feridos
sem atenção médica adequada.
Havia poucas esperanças de
encontrar sobreviventes nos
escombros por causa das baixas
temperaturas dessa região
montanhosa, de altitude média
em torno de 4.000 metros. Predominam na região construções de barro e tijolo, quase todas destruídas. A maioria dos
prédios que sobreviveu é de
construção recente.
O governo chinês afirma ter
mobilizado cerca de 10 mil homens para a região desde a
ocorrência do terremoto na
quarta-feira de manhã.
Com agências internacionais
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