São Paulo, Sexta-feira, 16 de Abril de 1999
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ÁFRICA
Oposição boicota a votação e promete manifestações para hoje
Baixa participação marca a eleição presidencial na Argélia

das agências internacionais

Com apenas um candidato, o ex-chanceler Abdelaziz Bouteflika, as eleições presidenciais da Argélia, ontem, atraíram pouco mais da metade do eleitorado. Às 18h locais, duas horas antes do fechamento das urnas, apenas 50,08% dos 17,5 milhões de eleitores haviam comparecido.
O resultado deve ser anunciado hoje. Anteontem, os seis candidatos de oposição denunciaram um esquema de fraude em favor de Bouteflika, candidato apoiado pelo regime militar, e desistiram de suas candidaturas.
"Lamento essa decisão ilegal de alguns candidatos", disse Bouteflika após votar ontem. "As pessoas precisam expressar seu desejo se quiserem mudanças", declarou o candidato, "não quero ser presidente sem legitimidade popular".
A oposição promete convocar manifestações para hoje contra o que acusam ser fraude eleitoral. Apesar das candidaturas canceladas, os eleitores encontraram cédulas com os nomes dos opositores nos postos de votação.
Segundo os ex-candidatos, o governo fraudou o pleito ao distribuir urnas pelo país no início da semana, sob a alegação de que as Forças de Segurança teriam de votar antecipadamente para poder trabalhar no dia das eleições.
O aparente fracasso das eleições pode significar a continuação da guerra civil no país. O conflito matou cerca de 70 mil pessoas nos últimos sete anos.
Militantes extremistas islâmicos e o Exército se enfrentam desde 1992, quando uma junta militar anulou a realização de eleições que deveriam ser ganhas pelo principal partido islâmico da Argélia, a Frente Islâmica de Salvação (FIS).


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