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ÁFRICA
Oposição boicota a votação e promete manifestações para hoje
Baixa participação marca a eleição presidencial na Argélia
das agências internacionais
Com apenas um candidato, o ex-chanceler Abdelaziz Bouteflika, as
eleições presidenciais da Argélia,
ontem, atraíram pouco mais da
metade do eleitorado. Às 18h locais, duas horas antes do fechamento das urnas, apenas 50,08%
dos 17,5 milhões de eleitores haviam comparecido.
O resultado deve ser anunciado
hoje. Anteontem, os seis candidatos de oposição denunciaram um
esquema de fraude em favor de
Bouteflika, candidato apoiado pelo regime militar, e desistiram de
suas candidaturas.
"Lamento essa decisão ilegal de
alguns candidatos", disse Bouteflika após votar ontem. "As pessoas
precisam expressar seu desejo se
quiserem mudanças", declarou o
candidato, "não quero ser presidente sem legitimidade popular".
A oposição promete convocar
manifestações para hoje contra o
que acusam ser fraude eleitoral.
Apesar das candidaturas canceladas, os eleitores encontraram cédulas com os nomes dos opositores nos postos de votação.
Segundo os ex-candidatos, o governo fraudou o pleito ao distribuir urnas pelo país no início da
semana, sob a alegação de que as
Forças de Segurança teriam de votar antecipadamente para poder
trabalhar no dia das eleições.
O aparente fracasso das eleições
pode significar a continuação da
guerra civil no país. O conflito matou cerca de 70 mil pessoas nos últimos sete anos.
Militantes extremistas islâmicos
e o Exército se enfrentam desde
1992, quando uma junta militar
anulou a realização de eleições que
deveriam ser ganhas pelo principal
partido islâmico da Argélia, a
Frente Islâmica de Salvação (FIS).
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