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ÁSIA
Expectativa é que nasça um menino, para evitar crise sucessória na dinastia
Princesa japonesa está grávida
DA REUTERS
Um porta-voz da família imperial japonesa confirmou oficialmente o que a imprensa especulava havia semanas: a princesa Masako, 37, casada há oito anos, está
grávida. O anúncio suscitou a expectativa de que o bebê seja homem -o primeiro herdeiro homem a nascer em três décadas-,
o que daria continuidade masculina à dinastia mais antiga do
mundo.
"Seu estado (de saúde) é bom e,
se tudo der certo, o bebê nascerá
no fim de novembro ou início de
dezembro", disse Kiyoshi Furukawa, porta-voz da princesa.
Se o filho de Masako e de seu
marido, o príncipe herdeiro Naruhito, for menino, o Japão vai
evitar uma crise sucessória na família imperial - na qual não nascem homens desde 1965. A situação fez o Japão pensar em rever as
rígidas regras de sucessão que tradicionalmente não permitem que
mulheres herdem o trono.
Traumatizada com a experiência de 1999 -quando a princesa
sofreu um aborto em meio ao
grande alarde causado pela notícia de sua gravidez-, a imprensa
japonesa foi mais cautelosa agora.
Os jornais, porém, não deixaram
de registrar a frequência suspeita
com que Masako passou a ir ao ginecologista e a uma clínica de fertilização recentemente.
Questionado quanto à possibilidade de a princesa fazer testes para saber o sexo do bebê, Furukawa
disse que não lhe cabia responder,
mas acrescentou que "isso não está sendo considerado".
No início deste mês, o Partido
Liberal Democrata disse pela primeira vez considerar mudanças
na legislação a fim de permitir que
uma mulher assuma o trono. O
primeiro-ministro Junichiro Koizumi, que nomeou cinco mulheres para seu gabinete, disse apoiar
a medida. Ontem, Koizumi comemorou a notícia. "Isso é o que todos esperavam", disse.
Apesar das resistências dos conservadores e da divisão da opinião
pública, Takenori Kanzaki, o líder
do Novo Komeito -maior aliado
do PLD-, disse que, se a família
imperial concordar, o estatuto
poderá ser revisto. Sete dos 125
monarcas que o país já teve foram
mulheres (a última em 1770).
Apenas em 1868, com a emergência do Japão como Estado moderno, instituiu-se a proibição.
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