São Paulo, quarta-feira, 16 de maio de 2001

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ÁSIA

Expectativa é que nasça um menino, para evitar crise sucessória na dinastia

Princesa japonesa está grávida

DA REUTERS

Um porta-voz da família imperial japonesa confirmou oficialmente o que a imprensa especulava havia semanas: a princesa Masako, 37, casada há oito anos, está grávida. O anúncio suscitou a expectativa de que o bebê seja homem -o primeiro herdeiro homem a nascer em três décadas-, o que daria continuidade masculina à dinastia mais antiga do mundo.
"Seu estado (de saúde) é bom e, se tudo der certo, o bebê nascerá no fim de novembro ou início de dezembro", disse Kiyoshi Furukawa, porta-voz da princesa.
Se o filho de Masako e de seu marido, o príncipe herdeiro Naruhito, for menino, o Japão vai evitar uma crise sucessória na família imperial - na qual não nascem homens desde 1965. A situação fez o Japão pensar em rever as rígidas regras de sucessão que tradicionalmente não permitem que mulheres herdem o trono.
Traumatizada com a experiência de 1999 -quando a princesa sofreu um aborto em meio ao grande alarde causado pela notícia de sua gravidez-, a imprensa japonesa foi mais cautelosa agora. Os jornais, porém, não deixaram de registrar a frequência suspeita com que Masako passou a ir ao ginecologista e a uma clínica de fertilização recentemente.
Questionado quanto à possibilidade de a princesa fazer testes para saber o sexo do bebê, Furukawa disse que não lhe cabia responder, mas acrescentou que "isso não está sendo considerado".
No início deste mês, o Partido Liberal Democrata disse pela primeira vez considerar mudanças na legislação a fim de permitir que uma mulher assuma o trono. O primeiro-ministro Junichiro Koizumi, que nomeou cinco mulheres para seu gabinete, disse apoiar a medida. Ontem, Koizumi comemorou a notícia. "Isso é o que todos esperavam", disse.
Apesar das resistências dos conservadores e da divisão da opinião pública, Takenori Kanzaki, o líder do Novo Komeito -maior aliado do PLD-, disse que, se a família imperial concordar, o estatuto poderá ser revisto. Sete dos 125 monarcas que o país já teve foram mulheres (a última em 1770). Apenas em 1868, com a emergência do Japão como Estado moderno, instituiu-se a proibição.


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