São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2006

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AMÉRICA LATINA

Departamento de Estado coloca o país na lista dos que não "cooperam" contra a guerra ao terrorismo

EUA proíbem venda de armas à Venezuela

DA REDAÇÃO
Os EUA proibiram ontem a venda de armas e material militar à Venezuela, ao considerar que o país não coopera na luta contra o terrorismo. Chávez respondeu que a atitude era "imperialista".
O porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, disse que está convencido de que o governo venezuelano "ganhou honestamente seu lugar entre os países que não cooperam na luta antiterrorista".
Ele denunciou as relações da Venezuela com países como Irã e Cuba, "que apóiam o terrorismo, compartilham informações de inteligência, o que dificulta muito nosso trabalho com os venezuelanos no combate ao terrorismo".
Essa é a atitude mais drástica dos Estados Unidos contra a Venezuela, depois de anos de críticas duras dos dois lados. Ambos os países têm um importante comércio. A Venezuela é o quarto maior fornecedor de petróleo dos Estados Unidos -cerca de 80% do petróleo venezuelano é vendido para os americanos.
De Londres, Chávez reagiu e considerou a decisão dos Estados Unidos como "uma manifestação da política do império contra países pequenos da Terra". Mas se apressou a dizer que não suspenderia as exportações de petróleo aos Estados Unidos.
"Eu tenho consciência da minha responsabilidade", afirmou o presidente venezuelano. "Suspender o fornecimento seria uma loucura, elevaria o preço do barril de petróleo a US$ 100."
Em janeiro, os Estados Unidos intervieram para impedir que Brasil e Espanha vendessem à Venezuela armas e material militar que dependem de tecnologia americana. Washington negou ao governo espanhol a licença para vender 12 aviões militares com componentes americanos à Venezuela. A explicação foi que o governo Chávez "contribuía para a instabilidade regional".
Ao mesmo tempo, alertou ao Brasil sobre o problema de vender 36 aviões da Embraer, que também precisam da tecnologia americana. Mas não conseguiu impedir a venda de 100 mil fuzis Kalashnikov russos.
Nos últimos meses, as críticas americanas vinham diminuindo. A secretária de Estado, Condoleezza Rice, fracassou ao pedir aos países latino-americanas que ajudassem a criar uma frente anti-Chávez. Rice havia dito que a Venezuela era "o maior problema da região". Não foi ouvida.
O chefe da inteligência dos EUA, John Negroponte, acusou Chávez de se aproximar militarmente de Irã e Coréia do Norte, os dois países que sobram do chamado "eixo do mal" batizado pelo presidente George W. Bush.


Com agências internacionais


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