São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 2011 |
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Diretor do FMI nega acusação de abuso Dominique Strauss-Kahn foi preso anteontem nos EUA por agressão sexual; vítima identificou francês, diz polícia Político continua preso em Nova York; episódio deve minar candidatura a presidente da Françae afetar futuro do Fundo ÁLVARO FAGUNDES DE NOVA YORK O diretor-gerente do FMI, o francês Dominique Strauss-Kahn, 62, nega a acusação de que atacou sexualmente a camareira do hotel em que se hospedou em Nova York, disse ontem o seu advogado. Strauss-Kahn foi preso anteontem quando já havia embarcado no avião que o levaria de volta para a França. O depoimento do dirigente, inicialmente marcado para ontem, foi adiado e deve ocorrer hoje pela manhã. O francês segue sob custódia da polícia de Nova York. Segundo a polícia, Strauss-Kahn foi reconhecido ontem pela suposta vítima quando colocado ao lado de outros cinco homens. Ele foi substituído interinamente no comando do Fundo Monetário Internacional pelo número 2 do órgão, o americano John Lipsky. Segundo declarações da funcionária à polícia, ela entrou no quarto do francês no início da tarde acreditando que estivesse vazio. Strauss-Kahn teria então saído do banheiro nu, a agarrado e tentado atacá-la sexualmente. "Ela lutou, e ele a arrastou até o banheiro, onde a atacou sexualmente pela segunda vez", disse o porta-voz da polícia, relatando a versão da camareira de 32 anos. No quarto, ele deixou o celular e outros itens pessoais, gerando suspeitas de que tenha saído às pressas. Ele depois ligou para o hotel perguntando sobre o telefone. Um funcionário mentiu dizendo estar com o aparelho e indagou onde poderia entregá-lo -o que serviu de pista à polícia prendê-lo no aeroporto JFK, em Nova York. Ainda não se sabe com quanta antecedência o francês comprou a passagem, mas tinha reunião marcada ontem com a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel. Ele foi acusado de tentativa de estupro, ataque sexual criminoso e cárcere privado. IMPLICAÇÕES Seus advogados não declararam se ele vai recorrer à imunidade diplomática concedida a funcionários do FMI, mas, ainda que opte por esse caminho, é difícil que seja bem-sucedido. Isso porque a imunidade é concedida em casos em que o dirigente está envolvido em ações ligadas ao seu trabalho no FMI. Além disso, o organismo pode renunciar da imunidade. A prisão de Strauss-Kahn abre duas frentes políticas. A primeira é na disputa presidencial francesa, onde ele lidera as pesquisas para o pleito de 2012, à frente do presidente Nicolas Sarkozy. A segunda é sobre a sua sucessão no FMI. Caso concorresse à Presidência, ele deixaria o FMI nos próximos meses, mas a prisão pode acelerar o processo. Com isso, deve reabrir a discussão sobre um país emergente assumir o seu posto no FMI. Texto Anterior: Folha.com Próximo Texto: Confiança: Mulher de francês diz não crer nas acusações Índice | Comunicar Erros |
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