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Cultivo de coca cresce na Bolívia e no Peru, diz ONU
Produção de cocaína também subiu nos dois países; na Colômbia, cultivo diminuiu
Chapare, berço político do
presidente Evo Morales, teve
"crescimento drástico" no
cultivo; governo boliviano
anunciou redução para 2007
DA REDAÇÃO
O cultivo da planta de coca,
base para a produção de cocaína, subiu 8% na Bolívia e 7% no
Peru em 2006, tendo diminuído 9% na Colômbia no mesmo
ano, concluiu o relatório anual
do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime
(UNODC).
O crescimento do cultivo na
Bolívia tem especial motivo para preocupar o governo brasileiro já que, segundo a embaixada americana e a polícia boliviana, de 85% a 90% de toda a
cocaína produzida pela Bolívia
vai parar no Brasil.
Segundo o relatório, a produção de cocaína na Bolívia cresceu de 80 toneladas em 2005
para 94 em 2006. O cultivo da
folha de coca no país ocupou
27,5 mil hectares, contra 25,4
mil registrados em 2005. O total estimado inclui os 12 mil
hectares permitidos pela lei boliviana para uso tradicional. No
início do ano, o presidente Evo
Morales, que também é líder
cocaleiro, expressou a intenção
de modificar a lei para expandir
a área de cultivo de coca legal
para 20 mil hectares.
Os EUA criticam a expansão,
afirmando que, atualmente,
5.000 hectares suprem o mercado legal da coca na Bolívia.
Segundo o texto, o cultivo teve um "crescimento drástico na
região tropical do Chapare"
(19%), berço político de Morales. "O governo precisa garantir
ao mundo que seu apoio aos cocaleiros não levará a um incremento da produção de coca",
disse o diretor-executivo do
UNODC, Antônio Maria Costa.
Em resposta ao relatório do
UNODC, o vice-ministro de
Coca e Industrialização, Gerónimo Meneses, afirmou ontem
que os produtores de coca eliminarão neste ano 5.000 hectares de cultivo excedente. Segundo Meneses, a redução das
plantações será feita de forma
voluntária nas regiões de Chapare e Yungas -as principais
áreas produtoras da planta-,
baseada em um acordo que será
assinado no dia 29 de junho.
Colômbia e Peru
Apesar da queda do cultivo
da planta na Colômbia, o país
continua a ser o maior cultivador de coca e produtor global
de cocaína, respondendo por
62% da droga encontrada no
mundo. Segundo o relatório, a
queda do cultivo da folha de coca se deve, principalmente, à
fumigação dos cultivos ilegais
-que subiu 24%- e à erradicação manual da coca.
A superfície cultivada é a
mais baixa em dez anos. A erradicação da coca na Colômbia é
altamente financiada pelos
EUA, que pelo Plano Colômbia
destinam ao país US$ 700 milhões anuais, a maior parte em
ajuda militar para combater a
guerrilha e o narcotráfico.
"A situação geral é estável,
porém frágil", disse Costa. "Recentes indícios sugerem que o
cultivo de coca nos Andes pode
ser, e está sendo, contido."
O Peru, segundo maior produtor mundial de cocaína, respondendo a 28% da produção
da droga, cultivou 54 mil hectares de folha de coca em 2006.
Segundo o relatório, a demanda global de cocaína se
mantém estável, com um decréscimo nos EUA e um aumento na Europa.
A África Ocidental é cada vez
mais usada como região de
trânsito para a cocaína. "É uma
novidade alarmante que pode
minar a estabilidade de países
africanos inteiros. Não podemos permitir que novos narco-Estados surjam", disse Costa.
Com agências internacionais
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