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Contrabandista tinha plano de bomba
Desenho do artefato compacto estava em computador de empresário ligado a cientista do Paquistão
Projeto é mais moderno que o da bomba dos anos 60 que
a China explodiu; Paquistão não permite que A. Q. Khan
seja interrogado sobre rede
DO "NEW YORK TIMES"
Foram descobertos em computadores da quadrilha ligada
ao cientista e contrabandista
paquistanês Abdul Qadeer
Khan os planos para a construção de uma arma atômica moderna e compacta, sem que os
serviços de inteligência saibam
se o material foi fornecido a
países pouco confiáveis.
O desenho é mais sofisticado
que o da bomba que o Paquistão explodiu há dez anos. O governo paquistanês -que desde
2004 colocou Khan em prisão
domiciliar- diz que aquele
cientista era apenas responsável pela produção de plutônio e
não teve acesso à construção da
bomba propriamente dita.
Especialistas não acreditam
nessa versão. Notam que o plano agora encontrado tem mais
componentes eletrônicos que o
fornecido por Khan à Líbia.
Em 2003, o dirigente líbio,
Muammar Gaddafi, abandonou os projetos de construir a
bomba e entregou aos ocidentais o material que possuía, em
meio a negociações para sua
reintegração à comunidade internacional. As informações da
Líbia permitiram o desmantelamento do mercado negro de
desenhos e peças chefiado pelo
cientista paquistanês.
O novo plano de uma bomba
estava armazenado no computador de um empresário suíço,
Urs Tinner, que foi destruído
em novembro de 2007, diante
de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica.
Tinner era ligado a Khan.
Não se tem idéia de quantas
cópias foram feitas do plano,
que seria facilmente copiável. A
bomba é bastante compacta para ser transportada pelo míssil
iraniano Shahab-3, feito a partir de um projeto norte-coreano. Ela é mais miniaturizada e
moderna que a bomba construída pela China nos anos 60,
que até agora se supunha ser a
matriz dos desenhos comercializados no mercado negro pelo
contrabandista paquistanês.
A incógnita sobre a proliferação do plano da bomba persiste
em razão da impossibilidade de
os serviços de inteligência ocidentais interrogarem Khan.
Ele foi considerado em seu país
"o pai da bomba atômica" e ganhou o estatuto de herói nacional. O cientista e contrabandista, dizem os americanos, com
certeza forneceu à Líbia, ao Irã
e à Coréia do Norte tecnologia
para a produção de plutônio,
matéria-prima da bomba.
A existência do novo plano de
uma bomba foi revelada em
maio publicamente pelo governo da Suíça. A informação foi
ontem retomada com novos e
alarmantes detalhes em manchete do jornal americano "The
Washington Post".
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