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Mundo árabe rejeita propostas de Israel para paz regional
Países da região consideram plataforma de premiê "racista e perigosa"; Obama vê "nova possibilidade"
DA REDAÇÃO
Autoridades palestinas e países árabes do Oriente Médio
reiteraram ontem críticas ao
discurso da véspera do premiê
israelense, Binyamin Netanyahu, que pela primeira vez admitiu um Estado palestino, desde
que desmilitarizado. Nos EUA
e Europa, a iniciativa foi recebida como "um primeiro passo".
"Netanyahu quer nos colocar
numa situação na qual pareça
que ele ofereceu algo, e nós dissemos não", afirmou o porta-voz da Autoridade Nacional Palestina, Saeb Erekat. "Ele rejeita a solução de dois Estados."
O pró-Ocidente governo libanês qualificou as condições de
Netanyahu de "perigosas" por
tentarem "destruir o processo
de paz". Para a rival regional Síria, o discurso foi "racista" e
mostra "clara rejeição" aos
princípios que levariam à paz.
O presidente americano, Barack Obama, disse que a iniciativa do premiê mostra "a possibilidade de que podemos reiniciar negociações sérias". Desde
que assumiu, Obama tem feito
pressão sobre Netanyahu pela
aceitação de um Estado palestino e pelo congelamento dos assentamentos na Cisjordânia.
No pronunciamento, Netanyahu recuou de sua histórica
posição de rejeitar a solução
dos dois Estados em prol de
uma "paz econômica". Mas fez
exigências tidas como inaceitáveis por palestinos e aliados.
Entre elas estão, além da desmilitarização, o reconhecimento de Israel como um Estado judaico e a indivisibilidade de Jerusalém, considerada a capital
do país pelos israelenses -mas
não reconhecida no exterior-,
e a rejeição ao congelamento
dos assentamentos sionistas.
"A eliminação do direito de
retorno dos palestinos não será
aceita no Egito nem em país algum", disse o ditador egípcio,
Hosni Mubarak, em referência
às consequências do reconhecimento de um Estado judaico.
Netanyahu disse que o problema dos 4 milhões de refugiados palestinos -que deixaram
a região com a criação de Israel,
em 1948- "deve ser resolvido
fora das fronteiras de Israel".
O pronunciamento do premiê recebeu ainda apoio dos
partidos da coalizão governista,
à exceção de fileiras mais radicais. O chanceler ultraconservador, Avigdor Liberman, disse
que Israel está pronto para "negociar sem precondições".
Com agências internacionais
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