São Paulo, terça-feira, 16 de junho de 2009

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Mundo árabe rejeita propostas de Israel para paz regional

Países da região consideram plataforma de premiê "racista e perigosa"; Obama vê "nova possibilidade"

DA REDAÇÃO

Autoridades palestinas e países árabes do Oriente Médio reiteraram ontem críticas ao discurso da véspera do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que pela primeira vez admitiu um Estado palestino, desde que desmilitarizado. Nos EUA e Europa, a iniciativa foi recebida como "um primeiro passo".
"Netanyahu quer nos colocar numa situação na qual pareça que ele ofereceu algo, e nós dissemos não", afirmou o porta-voz da Autoridade Nacional Palestina, Saeb Erekat. "Ele rejeita a solução de dois Estados."
O pró-Ocidente governo libanês qualificou as condições de Netanyahu de "perigosas" por tentarem "destruir o processo de paz". Para a rival regional Síria, o discurso foi "racista" e mostra "clara rejeição" aos princípios que levariam à paz.
O presidente americano, Barack Obama, disse que a iniciativa do premiê mostra "a possibilidade de que podemos reiniciar negociações sérias". Desde que assumiu, Obama tem feito pressão sobre Netanyahu pela aceitação de um Estado palestino e pelo congelamento dos assentamentos na Cisjordânia.
No pronunciamento, Netanyahu recuou de sua histórica posição de rejeitar a solução dos dois Estados em prol de uma "paz econômica". Mas fez exigências tidas como inaceitáveis por palestinos e aliados.
Entre elas estão, além da desmilitarização, o reconhecimento de Israel como um Estado judaico e a indivisibilidade de Jerusalém, considerada a capital do país pelos israelenses -mas não reconhecida no exterior-, e a rejeição ao congelamento dos assentamentos sionistas.
"A eliminação do direito de retorno dos palestinos não será aceita no Egito nem em país algum", disse o ditador egípcio, Hosni Mubarak, em referência às consequências do reconhecimento de um Estado judaico.
Netanyahu disse que o problema dos 4 milhões de refugiados palestinos -que deixaram a região com a criação de Israel, em 1948- "deve ser resolvido fora das fronteiras de Israel".
O pronunciamento do premiê recebeu ainda apoio dos partidos da coalizão governista, à exceção de fileiras mais radicais. O chanceler ultraconservador, Avigdor Liberman, disse que Israel está pronto para "negociar sem precondições".

Com agências internacionais



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