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CRISE
Ex-chefe da Defesa dos EUA crê em risco de conflito com seu país neste ano
Ex-secretário vê guerra na Coréia
DA REDAÇÃO
Os EUA podem entrar em guerra com a Coréia do Norte ainda
neste ano. A previsão foi feita por
William Perry, ex-secretário da
Defesa da gestão de Bill Clinton,
em entrevista publicada ontem
pelo jornal "Washington Post".
A preocupação de Perry, considerado um especialista em questões relacionadas à Coréia do
Norte, é fundamentada principalmente na avaliação de que o regime comunista norte-coreano começou a reprocessar combustível
para extrair o plutônio usado na
fabricação de armas nucleares.
Ontem, a Casa Branca confirmou que recebeu da Coréia do
Norte a informação de que o país
completou um reprocessamento
de plutônio que seria suficiente
para fazer seis bombas atômicas,
como já havia sido divulgado no
último domingo pela agência de
notícias sul-coreana Yonhap.
A avaliação de serviços de inteligência é que Pyongyang já tenha
uma ou duas bombas atômicas.
"Há vários meses tenho pensado que, se a Coréia do Norte começa o reprocessamento, então
estamos no caminho da guerra",
disse Perry. "Acho que estamos
[os EUA] perdendo o controle."
A Casa Branca anunciou que
ainda vai checar a veracidade da
informação recebida de diplomatas norte-coreanos. O porta-voz
Scott McClellan afirmou que o
presidente George W. Bush não
descarta uma ação militar e que
vai discutir isso com os aliados
americanos e com os países que
são vizinhos da Coréia do Norte.
O porta-voz reforçou, porém,
que a prioridade é a diplomacia,
mesmo que a ameaça agora pareça mais séria do que a representada pelo Iraque, que foi atacado
pelos EUA. "Situações diferentes
merecem estratégias diferentes."
Para Perry, Pyongyang também
começará em breve a realizar testes com artefatos nucleares e pode
vendê-los a terroristas que tenham planos de atacar os EUA.
"O atual programa nuclear da
Coréia do Norte cria o perigo iminente de vermos armas nucleares
detonadas em cidades americanas", disse Perry, que tem discutido a questão norte-coreana com
funcionários da Casa Branca e dirigentes chineses e sul-coreanos.
Como sinal da crescente preocupação com a crise que envolve a
Coréia do Norte, a China intensificou a atuação diplomática no caso. A chancelaria chinesa cobrou
ontem que as negociações sejam
retomadas e fez uma proposta para tentar conciliar as posições de
americanos e norte-coreanos
quanto ao formato dos encontros.
A China sugeriu que as negociações continuem a ser multilaterais, como querem os EUA, mas
com reuniões paralelas apenas
entre americanos e norte-coreanos, formato que a Coréia do Norte prefere para todo o processo.
Em abril, já aconteceram conversas entre americanos e norte-coreanos em Pequim, com a intermediação da China. Os EUA
querem a inclusão, principalmente, de Japão e Coréia do Sul.
O vice-chanceler chinês também esteve na Coréia do Norte de
sábado a ontem e entregou uma
carta do presidente Hu Jintao ao
líder norte-coreano Kim Jong-il.
Com agências internacionais
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