DA REDAÇÃO

Os paramilitares das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) se comprometeram ontem a desmobilizar todos os seus membros em um processo que começará até o fim deste ano e será completado antes de 31 de dezembro de 2005, segundo um comunicado conjunto divulgado pelo governo e pelo grupo armado ilegal.
O comunicado, denominado "Acordo de Santa Fé de Ralito para contribuir para a paz da Colômbia", diz ainda que "o governo se compromete a adiantar as ações necessárias para reincorporar os membros das AUC à vida civil". O governo e as AUC vinham promovendo negociações secretas há vários meses. No início do mês, as AUC haviam exigido, como condição para um acordo, que os EUA retirassem os pedidos de extradição de seus líderes, acusados de terrorismo e narcotráfico. O governo dos EUA se negou a retirar os pedidos.
Os paramilitares são acusados de inúmeras violações aos direitos humanos na Colômbia, como massacres promovidos contra povoados acusados de colaborar com os grupos guerrilheiros esquerdistas.
Pelo acordo de ontem, o governo e as AUC se comprometeram a criar, rapidamente, condições para concentrar, com as devidas garantias de segurança, os membros da AUC em locais previamente designados, com a presença permanente da força pública.
O documento, de dez pontos, estabelece ainda um cessar-fogo, "como expressão de boa vontade". As AUC contam com cerca de 10 mil combatentes.