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CHILE
Senado dos EUA diz que banco de Washington ocultou até US$ 8 mi do ex-ditador chileno em contas secretas nas Bahamas
Banco ajudou Pinochet a esconder milhões
DA REDAÇÃO
Um relatório de investigação do
Senado americano apontou que o
Riggs Bank, maior banco de Washington, ajudou o ex-ditador chileno Augusto Pinochet (1973-90)
a esconder entre US$ 4 milhões e
US$ 8 milhões de procuradores
internacionais enquanto esteve
em prisão domiciliar em Londres,
entre 1998 e 1999. A notícia foi publicada ontem pelo jornal "The
Washington Post".
As negociações entre Pinochet e
o Riggs Bank começaram em
1996. Segundo o relatório, o banco tentou ocultar seu relacionamento com o ex-ditador, usando
diversas contas pessoais e corporativas, mantidas em subsidiárias
do banco nas Bahamas.
Em documentos legais, por
exemplo, o banco não se refere ao
ex-ditador pelo nome, mas como
um "profissional aposentado"
que teve "uma posição de alta remuneração no setor público".
O relatório aponta que a direção
do banco se empenhou em fazer
negócio com Pinochet e tinha conhecimento de suas atividades
bancárias, do status legal do ex-ditador e dos esforços judiciais
para capturar seus ativos.
O banco não quis comentar as
acusações. O filho do ex-ditador,
Marco Antonio, as chamou de
"meras mentiras".
Pinochet, 88, foi detido em Londres em 1998 depois que o juiz espanhol Baltasar Garzón pediu sua
extradição, acusando-o de genocídio, terror e tortura contra cidadãos espanhóis. Em 1999, a Justiça
britânica o livrou da extradição
alegando razões humanitárias e
de saúde. Ele voltou ao Chile.
Ontem, em reação à notícia, o
presidente Ricardo Lagos disse
que o Chile pode abrir uma investigação sobre possíveis contas secretas do ex-ditador. "Se o resultado das investigações estabelece
o nível [de dinheiro] nas contas e
há certeza sobre o dono dessas
contas, então provavelmente haveria uma comissão composta
por diferentes órgãos do governo
no Chile para investigar", disse.
O banco esteve envolvido em
outros escândalos. Em maio, foi
condenado a pagar US$ 25 milhões por violações de leis de lavagem de dinheiro em negociações
com as embaixadas da Arábia
Saudita e da Guiné Equatorial.
Em 1996, foi acusado de desenvolver o que a Justiça americana
classificou de "elaborada ficção
jurídica" para fraudar o Fisco dos
EUA, em caso relacionado a empréstimos ao Brasil nos anos 80.
Em 1984, o Brasil aceitou fornecer a bancos credores americanos
-entre eles o Riggs- recibos de
Imposto de Renda nunca pago no
país. Esses bancos americanos
usaram os recibos para deduzir
US$ 300 milhões em impostos ao
Fisco americano.
Com agências internacionais
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