São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

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Israel suspende ordem de prisão contra palestinos aliados de Abbas

Premiê Olmert quer reforçar autoridade do presidente, adversário do Hamas

DA REDAÇÃO

Israel concordou ontem em desistir de prender 180 militantes do grupo laico Fatah que prometeram trégua, como parte do esforço liderado pelos EUA para fortalecer o presidente palestino Mahmoud Abbas -e isolar o grupo islâmico Hamas, que tomou Gaza militarmente em junho.
Ontem, em quartéis e delegacias de polícia na Cisjordânia que abrigam integrantes das Brigadas dos Mártires de al Aqsa, ligadas ao Fatah e responsáveis por atos terroristas, militantes entregaram ao governo palestino suas armas.
"Eu quero viver uma vida normal, sem os assassinatos e detenções israelenses", disse um dos líderes da al Aqsa.
O porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que Israel chegou a um acordo sobre a lista dos 180 palestinos procurados "que se desativaram como terroristas, vão abaixar suas armas e, como parte do desenvolvimento de um novo relacionamento de segurança, não serão punidos por Israel". Olmert pretende encontrar Abbas hoje, possivelmente em Jerusalém, para discutir o programa de anistia e outras iniciativas israelenses.
Outro sinal do esforço israelense para fortalecer Abbas foi a autorização para que Nawef Hawatmeh volte do exílio. Ele é líder de um grupo radical dentro da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), acusado por Israel pelo atentado, em 1974, contra uma escola em no norte do país, que deixou 24 mortos. Será a primeira vez que Hawatmeh pisará em solo palestino desde 1967.
Além dessa permissão, Abbas também solicitou trazer para a Cisjordânia milhares de novas armas e a tão conhecida Brigada Badr, força do Fatah baseada na Jordânia, para fortalecer a segurança.
Todas essas medidas fazem parte do esforço de Abbas para restabelecer o governo. Após a tomada de Gaza pelo Hamas, o premiê Ismail Haniyeh, do grupo, foi demitido, e um gabinete emergencial, criado.
Haniyeh, líder do Hamas em Gaza, ainda se considera primeiro-ministro e depreciou as iniciativas israelenses, classificando-as de "suborno político".

Posse de Peres
Ex-premiê por três vezes e Prêmio Nobel da Paz, Shimon Peres, 84, assumiu ontem a presidência de Israel. Acusações de abuso sexual tiraram do cargo Moshe Katsav em junho.
"Temos que encorajar a paz em casa, nos nossos vizinhos, na região", afirmou Peres. "Na vida pública você não usa espadas. Usa palavras. Dialoga. É o que farei. Não tenho outra força que não a minha convicção".


Com agências internacionais


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