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EQUADOR
Alvaro Noboa não se conforma com derrota para Mahuad nas eleições presidenciais
Candidato pede intervenção do Exército
LUÍS EBLAK
da Redação
O empresário Alvaro Noboa,
candidato virtualmente derrotado
nas eleições presidenciais do
Equador pelo PRE (Partido Roldosista Equatoriano), pediu ontem a intervenção das Forças Armadas para realizar uma recontagem de votos em todo o país.
Com 99,43% dos votos apurados, o advogado Jamil Mahuad, da
DP (Democracia Popular), vencia
as eleições com 51,3% (2,23 milhões de eleitores). Noboa tinha
48,7% (2,12 milhões), segundo o
TSE (Tribunal Supremo Eleitoral).
O resultado final deve sair hoje.
Faltava apurar votos da Província de Guayas (sudoeste do país),
reduto de Noboa.
"Resolvemos pedir a intervenção das Forças Armadas para abrir
todas as urnas e fazer a recontagem dos votos. Está havendo fraude eleitoral", afirmou à Folha,
por telefone, Guillermo Castro,
diretor de comunicação de Noboa.
Ontem à noite, as Forças
Armadas ainda
não tinham
respondido ao
pedido do empresário.
O Equador
viveu recentemente grave
crise política.
No ano passado, o então presidente, Abdalá Bucaram, aliado de Noboa, foi deposto por "insanidade
mental". Além disso, o país busca
há anos um acordo de paz -intermediado pelo Brasil- com o Peru
sobre a questão fronteiriça.
Segundo Castro, o candidato do
PRE venceu em todas as Províncias do país, menos na capital,
Quito, reduto de Mahuad.
O presidente do TSE, Patricio
Vivanco, disse, porém, que não
houve fraude e, por isso, não haverá recontagem de votos.
Para observadores internacionais, há
normalidade
na apuração.
Noboa acusa
Vivanco de ser
amigo íntimo
de Mahuad.
Por isso, estaria favorecendo o advogado. "Mesmo que se decrete a
vitória de Mahuad, ele não terá
respaldo popular, pois a fraude é
notória", afirmou Castro.
Mahuad, por sua vez, mesmo
sem os resultados finais, já se diz o
substituto de Fabián Alarcón, presidente interino que deixa o cargo
em 10 de agosto.
Para a historiadora equatoriana
Natalia Catalina León Galarza, do
Cepac (Centro de Estudos e Pesquisas para a América Latina e Caribe) -órgão da UnB-, essas
eleições demonstraram uma divisão do país. De um lado, as Províncias da costa equatoriana votaram em Noboa. De outro, a região
serrana do país preferiu Mahuad.
"Essa divisão já existia historicamente. Mas, somando isso à
pouca diferença entre candidatos,
pode-se dizer que haverá um problema de legitimidade para o vencedor", disse a historiadora.
Com agências internacionais
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