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ÁFRICA
Organização chama de "bárbaro" ataque realizado por rebeldes da etnia hutu contra tutsis em campo de refugiados
ONU condena massacre de 160 em Burundi
DA REDAÇÃO
O Conselho de Segurança da
ONU condenou veementemente
ontem o massacre ocorrido em
Burundi, onde 160 pessoas de etnia tutsi foram massacradas por
rebeldes hutus em um campo de
refugiados.
Em um comunicado divulgado
ontem à noite, após a convocação
de uma reunião de emergência, a
organização pede que os responsáveis pelo massacre sejam levados à justiça "sem demora".
No início de ontem, outro comunicado da ONU exigira "que
os Estados da região e todos os
atores responsáveis colaborem
estreitamente com a ONU para
esclarecer o massacre e garantir a
proteção das populações civis".
A maior parte das vítimas era de
mulheres, crianças e bebês, baleadas e queimadas no campo de Gatumba, perto da fronteira com a
República Democrática do Congo. Ontem, Burundi fechou a
fronteira entre os dois países.
As Forças para a Libertação Nacional, de etnia hutu, assumiram
a responsabilidade pelo ataque. A
FLN se recusa a iniciar conversações de paz para dar fim à guerra
civil de dez anos em Burundi,
opondo a minoria tutsi, que detém o controle político, aos rebeldes hutus, maioria da população.
Em 1994, a morte do presidente
de Ruanda, Juvenal Habyarimana
-o avião no qual viajava foi abatido-, desencadeou violência generalizada em Ruanda. À época
milícias extremistas hutus atribuíram a morte de Habyarimana
-um hutu que negociava a paz
com rebeldes tutsis- aos tutsis,
iniciando um genocídio que provocou a morte de cerca de 800 mil
tutsis e hutus moderados.
Crise de Darfur
Um contingente de 150 soldados provenientes de Ruanda já está no Sudão e deverá chegar nos
próximos dias à região de Darfur
(oeste). Eles irão dar proteção aos
120 observadores da União Africana, que verificam o cumprimento do cessar-fogo entre o governo de Cartum e os rebeldes,
acordado em 8 de abril.
Nas próximas semanas, esse
contingente de militares deverá
receber o reforço de 300 soldados
nigerianos. Por sua vez, Egito, Líbia e Argélia anunciaram ontem
que também estão dispostos a enviar tropas ao Sudão.
O conflito em Darfur teve início
no ano passado, quando rebeldes
começaram a atacar alvos governamentais e foram contra-atacados por milícias árabes -as quais
o governo é acusado de ter treinado e armado para uma campanha
de limpeza étnica. O governo nega. O conflito já levou à morte de
milhares de pessoas.
Com agências internacionais
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