São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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ÁFRICA

Organização chama de "bárbaro" ataque realizado por rebeldes da etnia hutu contra tutsis em campo de refugiados

ONU condena massacre de 160 em Burundi

DA REDAÇÃO

O Conselho de Segurança da ONU condenou veementemente ontem o massacre ocorrido em Burundi, onde 160 pessoas de etnia tutsi foram massacradas por rebeldes hutus em um campo de refugiados.
Em um comunicado divulgado ontem à noite, após a convocação de uma reunião de emergência, a organização pede que os responsáveis pelo massacre sejam levados à justiça "sem demora".
No início de ontem, outro comunicado da ONU exigira "que os Estados da região e todos os atores responsáveis colaborem estreitamente com a ONU para esclarecer o massacre e garantir a proteção das populações civis".
A maior parte das vítimas era de mulheres, crianças e bebês, baleadas e queimadas no campo de Gatumba, perto da fronteira com a República Democrática do Congo. Ontem, Burundi fechou a fronteira entre os dois países.
As Forças para a Libertação Nacional, de etnia hutu, assumiram a responsabilidade pelo ataque. A FLN se recusa a iniciar conversações de paz para dar fim à guerra civil de dez anos em Burundi, opondo a minoria tutsi, que detém o controle político, aos rebeldes hutus, maioria da população.
Em 1994, a morte do presidente de Ruanda, Juvenal Habyarimana -o avião no qual viajava foi abatido-, desencadeou violência generalizada em Ruanda. À época milícias extremistas hutus atribuíram a morte de Habyarimana -um hutu que negociava a paz com rebeldes tutsis- aos tutsis, iniciando um genocídio que provocou a morte de cerca de 800 mil tutsis e hutus moderados.

Crise de Darfur
Um contingente de 150 soldados provenientes de Ruanda já está no Sudão e deverá chegar nos próximos dias à região de Darfur (oeste). Eles irão dar proteção aos 120 observadores da União Africana, que verificam o cumprimento do cessar-fogo entre o governo de Cartum e os rebeldes, acordado em 8 de abril.
Nas próximas semanas, esse contingente de militares deverá receber o reforço de 300 soldados nigerianos. Por sua vez, Egito, Líbia e Argélia anunciaram ontem que também estão dispostos a enviar tropas ao Sudão.
O conflito em Darfur teve início no ano passado, quando rebeldes começaram a atacar alvos governamentais e foram contra-atacados por milícias árabes -as quais o governo é acusado de ter treinado e armado para uma campanha de limpeza étnica. O governo nega. O conflito já levou à morte de milhares de pessoas.


Com agências internacionais

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