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Mortos em ataque a seita curda sobem a 250
Feridos de atentado de anteontem no norte do Iraque passam de 300; atentado é o mais sangrento desde invasão de 2003
EUA acusam a Al Qaeda de ser responsável pelos quatro carros-bomba detonados em vilas perto de Mossul e preveêm novos ataques
Mohammed Ibrahim/Associated Press
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Iraquiano em uma das aldeias do norte do Iraque atingidas pelos carros-bomba de anteontem
DA REDAÇÃO
Já são ao menos 250 as pessoas da seita religiosa Yazidi
mortas como resultado de uma
série de ataques com carros-bomba anteontem em duas vilas no norte do Iraque, região
semi-autônoma curda. De
acordo com a agência de notícias Associated Press, os mortos podem chegar a 500. Os feridos passam de 300.
O saldo faz dos atentados nas
aldeias de Al Jazeera e Qahataniya -próximas à fronteira
com a Síria e a 120 km a oeste da
cidade de Mossul- os mais
sangrentos desde a invasão liderada pelos Estados Unidos
em abril de 2003.
Ontem, homens das equipes
de buscas usavam pás e as próprias mãos para vasculhar os
escombros deixados pelas explosões de quatro carros-bomba, que destruíram 30 edificações nas vilas, a maioria feita de
tijolos de barro. O trabalho deve acabar amanhã, e por isso o
total de vítimas pode crescer.
Ninguém assumiu os ataques
contra os yazadis -seita pré-islâmica que combina elementos
do islamismo, judaísmo, zoroastrismo e cristianismo-,
mas as suspeitas recaem sobre
grupos da insurgência sunita.
Há uma semana, o grupo Estado Islâmico do Iraque, que se
diz um braço da Al Qaeda, distribuiu panfletos ameaçando
atacar a região, porque os yazadis seriam "antiislâmicos".
Outro episódio também
atraiu a fúria de grupos muçulmanos contra os seguidores da
seita, estimados em 350 mil, a
maioria moradores do norte do
Iraque. No começo deste ano,
os yazadis mataram, a pedradas, uma moça da religião que
havia se convertido ao islamismo para se casar com um muçulmano. Um vídeo do apedrejamento foi parar na internet.
Como vingança, 23 yazadis foram mortos a tiros.
Al Qaeda
Os EUA acusaram diretamente a Al Qaeda pelos atentados. "Sempre dissemos que a Al
Qaeda tentaria fazer ataques
espetaculares neste mês", disse
à Associated Press o comandante das tropas dos EUA no
Iraque, general David Petraeus.
"Haverá mais destes."
Para as forças americanas, os
ataques crescerão porque os insurgentes tentarão desmoralizar a atual estratégia militar
dos EUA no país -que consiste
no aumento do número de tropas, hoje em cerca de 155 mil,
para garantir a segurança de
áreas-chave, principalmente
Bagdá. Petraeus defenderá a estratégia em apresentação no
Congresso americano, de maioria democrata, em setembro.
Os ataques também evidenciam a dificuldade do governo
de Bagdá para controlar as intrincadas disputas entre grupos pela supremacia em várias
regiões. Além da tensão entre
os yazadis e muçulmanos, há a
batalha entre sunitas e xiitas, e
ainda entre estes e os curdos.
Um ingrediente de tensão na
região dos ataques é que os curdos, que pressionam para que
os yazadis sejam reconhecidos
como parte de sua etnia, planejam realizar até o final do ano
um referendo para decidir se as
cidades de Kirkuk e Mossul são
de maioria curda e devem ser
integradas à região semi-autônoma que controlam.
Com agências internacionais e "The Independent"
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