São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

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Milícias atacam flagelados dos confrontos

DA REDAÇÃO

O conflito na Geórgia já forçou mais de 100 mil pessoas a deixarem suas casas, indica a mais recente estimativa do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Dos 118 mil deslocados, pelo menos 30 mil deixaram a Ossétia do Sul e cruzaram a fronteira russa para a Ossétia do Norte, e cerca de 60 mil seguiram na direção oposta, rumo à capital georgiana, Tbilisi.
O acesso aos flagelados do conflito é a "prioridade número um" da ONU, segundo o coordenador local das Nações Unidas, Robert Watkins, que se disse alarmado com o banditismo. "Grupos paramilitares e criminosos se aproveitam da incerteza e da ausência de autoridades. Em termos de segurança, a situação é parecida com o que aconteceu no Iraque após a invasão", diz Watkins.
Sarmat Kapisov, 17, atravessou a floresta a pé com a família, fugindo dos conflitos na Ossétia do Sul. Nas costas, carregava um dos irmãos mais novos, que tem paralisia cerebral. "Não foi fácil", disse o adolescente, abrigado com a mãe e sete irmãos em um convento ortodoxo do lado russo da fronteira. Os dois filhos mais velhos e o pai ficaram para lutar ao lado dos russos.
Enquanto Moscou e Tbilisi trocam acusações de "limpeza étnica", os refugiados em território russo culpam o presidente Mikhail Saakashvili -que ordenou que suas tropas invadissem a Ossétia do Sul no último dia 7 para sufocar separatistas.
"O governo enlouqueceu. Os georgianos vieram matando todo mundo", diz Leyla Bessateva, moradora de uma vila próxima à capital regional, que perdeu a casa. "Queriam destruir a Ossétia do Sul em uma noite." Nos abrigos georgianos, os papéis se invertem."Eles [ossetianos e russos] entraram nas casas, levaram o quiseram, queimaram tudo", contou a idosa georgiana Elene.


Com agências internacionais

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