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Oposição no Zimbábue assume governo
Após meses de impasse, Mugabe formaliza partilha de poder com rival Morgan Tsvangirai, que será premiê
DA REDAÇÃO
Pela primeira vez em quase
três décadas à frente do Zimbábue, Robert Mugabe abriu mão
de alguns de seus poderes ao assinar ontem um acordo para
formar um governo de coalizão
com a oposição. O pacto visa
pôr fim à crise política que paralisou o país nos últimos meses e causou dezenas de mortes.
O trato foi anunciado na semana passada, mas os detalhes
não haviam sido revelados. Pelo acordo, mediado pelo presidente da África do Sul, Thabo
Mbeki, Mugabe continuará
sendo o presidente e o premiê
será o líder máximo da oposição, Morgan Tsvangirai. A função de vice-premiê caberá a Arthur Mutambara, líder de outra
facção oposicionista.
O texto determina que o novo gabinete terá 31 pastas, 15
para o partido de Mugabe, a
União Nacional Africana do
Zimbábue-Frente Patriótica
(Zanu-PF); 13 para o Movimento pela Mudança Democrática
(MDC), liderada por Tsvangirai, e três para Mutambara.
Mugabe, 84, que está no poder desde a independência do
país, em 1980, foi recebido com
vaias na cerimônia pública de
assinatura do acordo, enquanto
Tsvangirai foi aplaudido pela
platéia. Depois de assinar o documento, os rivais apertaram
as mãos. Mugabe estava sério,
enquanto Tsvangirai exibia um
sorriso.
O pacto sela o fim de uma crise que teve início em 29 de
março, quando o MDC obteve a
maioria dos votos nas eleições
parlamentares, e Tsvangirai liderou a votação no pleito presidencial. A comissão eleitoral, ligada a Mugabe, informou depois de quase um mês de apuração que nenhum presidenciável obtivera a maioria, sendo
portanto necessário um segundo turno, vencido pelo ditador.
Com a onda de assassinatos e
violência, Tsvangirai preferiu
então retirar sua candidatura.
Com agências internacionais
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