São Paulo, quarta-feira, 16 de setembro de 2009

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Iraquiano que atirou sapato em Bush se diz vítima de tortura

Jornalista libertado ontem depois de nove meses acusa forças do Iraque de maus-tratos na cadeia

DA ASSOCIATED PRESS

O jornalista iraquiano Muntader al Zaidi, 30, preso por ter atirado seus sapatos em George W. Bush em dezembro passado, foi libertado ontem e afirmou ter sofrido tortura na prisão.
Zaidi, que ficou detido sob a custódia das forças de segurança iraquianas, disse que foi vítima de surras com varas de ferro, chicotadas e choques elétricos. Ele prometeu revelar os nomes dos agressores e disse temer perseguição da Inteligência americana.
A CIA disse que a alegação é "tão tola que não merece comentários". Já a Chancelaria americana comentou que as acusações de tortura "devem ser levadas a sério pelo Iraque".
O jornalista foi ovacionado por críticos da invasão americana ao Iraque quando, na última visita de Bush ao país, ele atirou seus sapatos contra o então presidente dos EUA -agressão de forte simbolismo no mundo islâmico, dada a conotação de impureza do sapato.
Condenado a três anos de cadeia, por agressão, ele teve sua pena reduzida a um ano por falta de antecedentes criminais. Foi solto após nove meses, por bom comportamento.
"Hoje estou livre, mas meu país ainda é uma prisão", declarou, ao sair da prisão. Seu irmão disse que ele deve deixar o Iraque por medo de retaliações.
Também ontem, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, fez visita-surpresa ao Iraque, numa tentativa de mostrar que a Casa Branca -focada na guerra no Afeganistão- se preocupa com a situação iraquiana e a onda de violência no país.
Pouco após sua chegada, quatro morteiros atingiram a Zona Verde de Bagdá, região sob forte segurança. Dois civis morreram, e cinco ficaram feridos.


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