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MISSÃO NO CARIBE
Comando anuncia medidas como bloqueio de ruas e patrulhas aéreas; EUA também pedem mais tropas
Violência faz Brasil endurecer no Haiti
DA REDAÇÃO
Sob avaliação de que Porto
Príncipe vive "um clima de violência crescente", a missão militar
brasileira na capital haitiana lançou nos últimos dois dias uma série de operações para tentar conter a onda de violência promovida
por partidários do ex-presidente
Jean-Bertrand Aristide.
As medidas adicionais de segurança incluíram patrulhas com
carros blindados, montagem de
pontos de bloqueio nas principais
vias de circulação, patrulhas aéreas e a organização de forças de
reação aérea e terrestre.
O governo haitiano prometeu ontem "força total" contra os partidários de Aristide, chamados de "terroristas".
"A polícia colocará agora todas suas forças nas ruas para garantir que aqueles terroristas que estão impedindo as pessoas de cuidar de sua vida e crianças de ir à escola de terem o que merecem", disse o ministro da Justiça
Ontem, durante uma manifestação, partidários de Aristide trocaram tiros com a polícia haitiana
-não havia a presença de "capacetes azuis" brasileiros.
Há relatos de que ao menos três
pessoas morreram no confronto,
ocorrido em Bel Air, uma imensa
favela tradicionalmente favorável
a Aristide.
Também houve tiroteios em
outras duas favelas da cidade, La
Saline e Delmas.
A tensão aumentou ainda mais
ontem por conta do décimo aniversário da volta de Aristide, em
15 de outubro de 1994, após ter sido deposto por um golpe militar.
Em protesto contra a onda de
violência, iniciada em 30 de setembro, empresários da capital
convocaram uma paralisação que
fechou o comércio e contribuiu
para deixar as ruas da cidade desertas.
Ao menos 50 pessoas morreram
por causa dos protestos das últimas semanas. Segundo a polícia,
dos 21 policiais mortos no país
desde março, dez foram assassinados em Porto Príncipe durante
a recente onda de violência. Desses, cinco foram decapitados.
Um dia depois de o chanceler
brasileiro, Celso Amorim, ter reclamado do atraso do envio do
restante das tropas da ONU ao
Haiti, os Estados Unidos pressionaram os países a enviar seus soldados "o mais rapidamente possível" ao país caribenho.
Defasagem
"O número de soldados atual é
de 3.103. A comunidade havia se
comprometido a dar 6.700 para a
Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah)", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher. O Brasil mantém atualmente 1.200 homens no Haiti.
"Vamos seguir pressionando os
países cujas tropas ainda não chegaram para que as enviem o
quanto antes. Esperamos que o
número de soldados alcance 5.100
até o final de novembro", disse
Boucher.
Questionado sobre as declarações de Amorim, o porta-voz disse: "Enquanto o reforço das tropas não se completar, será difícil
[melhorar a situação]".
Além da violência em Porto
Príncipe, o país mais pobre das
Américas enfrenta uma grave crise humanitária depois que o furacão Jeanne matou ao menos 3.000
pessoas e deixou dezenas de milhares de desabrigados, no mês
passado.
A Minustah, encabeçada pelo
general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira, começou a
substituir em junho as tropas internacionais enviadas ao país
após a renúncia do presidente
Aristide, no final de fevereiro, em
meio a um levante armado.
Ontem, países centro-americanos, como Guatemala, El Salvador e Honduras, anunciaram que
analisarão um envio de militares
ao país para colaborar com a Minustah.
Com agências internacionais
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