|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Israel autoriza construções em Jerusalém Oriental
Governo israelense dá luz verde a licitação de 238 novas casas em colônias
Medida põe fim a suspensão extraoficial na cidade e compromete as frágeis conversas de paz com os palestinos
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Israel voltou a autorizar
novas construções em Jerusalém Oriental, o setor da cidade ocupado em 1967, após
quase um ano de obras discretamente paralisadas.
O Ministério da Habitação
publicou licitação para construir 238 unidades habitacionais nos assentamentos de
Pizgaat Zeev e Ramot, pondo
fim a um congelamento não
oficial imposto pelo governo
israelense sob pressão dos
Estados Unidos.
A liderança palestina, que
já ameaçava abandonar a
mesa de negociações em protesto contra o fim da moratória israelense de construções
na Cisjordânia, reagiu com
pessimismo.
"Este é um sério golpe nos
esforços dos EUA e da ONU
para evitar o colapso do processo de paz", disse o principal negociador palestino,
Saeb Erekat. "Mais uma vez
Netanyahu escolheu assentamentos e não a paz."
As negociações estão sob
impasse desde o último dia
26, quando Israel rejeitou
prorrogar a moratória de dez
meses sobre construções na
Cisjordânia.
Oficialmente, a medida
não incluía Jerusalém Oriental, que Israel anexou e considera parte de sua capital,
mas na prática as obras pararam por falta de licenças.
No ano passado, o anúncio de novas construções no
setor oriental durante uma
visita à cidade do vice-presidente norte-americano, Joe
Biden, azedou as relações
EUA-Israel.
Segundo o jornal "Yediot
Ahronot", para evitar uma
nova crise a construção em
Jerusalém Oriental desta vez
foi comunicada de antemão
ao governo americano, que
conseguiu reduzir de 600 para 238 o número de casas autorizadas.
Mesmo em escala mínima,
a construção em Jerusalém
dificulta os esforços de Washington para achar uma fórmula que mantenha vivo o
processo de paz reiniciado
há menos de dois meses.
Os palestinos, apoiados
pela ONU, não veem diferença entre Cisjordânia e Jerusalém Oriental, afirmando que
ambas são áreas ocupadas.
Em Israel, a distinção é
consenso não só no governo,
mas entre a grande maioria
da população, que vê Pizgaat
Zeev e Ramot como "bairros"
de Jerusalém, não assentamentos ilegais.
Nesta semana, por exemplo, a Prefeitura enviou aos
moradores uma revista detalhando o estágio final de
construção do trem de superfície, um projeto que se arrasta há anos e deve ser finalmente inaugurado em 2011.
Na revista da Prefeitura,
Pizgaat Zeev é mostrado como um dos destinos do novo
trem, como qualquer outro
bairro de Jerusalém.
Texto Anterior: Chile alerta para sensacionalismo da mídia Próximo Texto: Moscou e Caracas fecham parceria nuclear Índice | Comunicar Erros
|