São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2011

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G20 pressiona os países europeus a resolver crise global

Texto final de reunião dos ministros de Finanças, em Paris, pede urgência na adoção de um plano de ação

Temas mais delicados, no entanto, como uma ampliação dos recursos do FMI, ficou para cúpula no mês que vem

ANA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

Os países do G20, que reúne países ricos e emergentes, reconheceram ontem, em Paris, alguns progressos feitos por governos europeus para solucionar a crise na Europa, mas cobraram urgência na adoção de um plano de ação que promova um crescimento sustentado da economia.
Após o encerramento da reunião ministerial do grupo, era unânime a avaliação de que a situação econômica na Europa está pior do que há poucas semanas e de que é necessário agir rápido.
"Embora seja importante colocar questões de médio e longo prazo, sem resolver as questões emergenciais, não teremos a menor chance de alcançar um crescimento sustentado", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Para ele, as questões de curto prazo a serem resolvidas são a crise europeia e "o problema dos bancos e da divida soberana". Na avaliação de Mantega, a situação econômica global se deteriorou desde a última reunião do bloco, no final de setembro, em Washington. A crise não estaria mais limitada às economias europeia e norte-americana.
A análise foi compartilha pela diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde que afirmou que a "evolução negativa da situação nas últimas semanas começa a afetar os países emergentes".
No comunicado final do G20, as principais economias mundiais se comprometeram a garantir que os bancos europeus disponham de fundos suficientes e prometeram traçar um plano de ação para enfrentar a crise até a cúpula final do grupo, prevista para novembro, em Cannes.
Mas os líderes do G20 não chegaram a uma definição sobre o reforço dos recursos do FMI. A questão foi empurrada para a cúpula de Cannes, em novembro. O comunicado final reconhece apenas a necessidade de que o FMI tenha recursos "suficientes". Países como o Brasil condicionam a capitalização do fundo à implementação de medidas concretas pelos europeus. "É preciso, primeiro, que os europeus coloquem os recursos que eles têm, resolvam seus problemas, para depois entrarmos com os fundos", afirmou Mantega. O ministro deixou a reunião confiante na capacidade dos líderes europeus em dar soluções para a crise. "Embora a situação tenha se complicado, vemos uma luz no final do túnel e acredito que eles [europeus] tenham os caminhos para resolver".
Ao final da reunião, o ministro francês da Economia, François Baroin, considerou que houve progressos importantes em temas como a regulação dos fluxos de capital para os emergentes, reforma monetária, regulação do sistema financeiro e do mercado de derivativos.


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