São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2011

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Crescimento de patrimônio do casal gera suspeita

DO ENVIADO À PROVÍNCIA DE SANTA CRUZ

El Calafate, antes um povoado perdido no meio de lindas pedras glaciais da cordilheira dos Andes, transformou-se graças ao kirchnerismo num movimentado polo de turismo, com redes de hotéis de luxo e voos diretos de Buenos Aires.
A pequena cidade na província de Santa Cruz cresceu, assim como o emprego e a arrecadação. Para os Kirchner, a "nova" El Calafate foi também uma boa oportunidade de fazer negócios.
A família tem na cidade, conforme declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral, participação em dois luxuosos hotéis. O local também é o reduto preferido da presidente, onde ela costuma passar os fins de semana -e foi onde Néstor morreu. Além de El Calafate, outras cidades da província de Santa Cruz abrigam o milionário patrimônio declarado do casal Kirchner.
Está concentrado sobretudo em casas, lotes, apartamentos, empresas de investimentos e hotéis. Cristina e Néstor -morto em 2010- multiplicaram por quase 1.000% o patrimônio total da família desde que ele chegou à Casa Rosada, no ano de 2003.
Naquele ano, o casal declarou bens no valor de 6,8 milhões de pesos (R$ 2,8 milhões). Agora, a cifra chega a 70,4 milhões de pesos (cerca de R$ 29 milhões) -um incremento de 928%.
O atual responsável por administrar os bens da família é Máximo Kirchner, primogênito do casal. Ele vive em Río Gallegos, com a namorada, numa modesta casa próxima do cemitério local.

SUSPEITA
Discreto, Máximo geralmente é visto só na imobiliária que possui com dois sócios na avenida Néstor Kirchner, no centro. Na semana passada ele estava fora da cidade, segundo disseram no local.
Perto dali fica uma casa vendida pelos Kirchner por 3 milhões de pesos (cerca de R$ 1,23 milhão). A Justiça argentina chegou a investigar o crescimento do patrimônio de Néstor e Cristina, suspeitos de enriquecimento ilícito, mas o processo foi arquivado.
Dois empresários locais foram apontados como testas de ferro dos Kirchner em outros negócios. Eles negam acusação, porém.
(LUCAS FERRAZ)


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