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ORIENTE MÉDIO
Concessões foram arrancadas pela secretária de Estado, que negociou em Jerusalém durante a madrugada
EUA forçam um acordo para reabrir Gaza
STEVEN R. WEISMAN
DO "NEW YORK TIMES", EM JERUSALÉM
Israel e a Autoridade Nacional
Palestina chegaram ontem a um
acordo importante que permite
aos palestinos a travessia da fronteira da faixa de Gaza com relativa
liberdade. A secretária de Estado
americana, Condoleezza Rice,
anunciou o entendimento depois
de mediar as negociações que
atravessaram a madrugada.
"É um passo importante para o
povo palestino", disse Rice, que
adiou por algumas horas seu embarque para a Coréia do Sul.
Os palestinos argumentavam
que as obstruções de Israel prejudicavam 1,3 milhão de seus cidadãos residentes em Gaza, enquanto os israelenses afirmavam que
não abririam suas fronteiras sem
garantias simultâneas de que grupos terroristas deixariam de
ameaça-los por meio de armas
contrabandeadas do Egito.
O documento, em seis pontos,
tem como impacto imediato a
abertura, a partir do dia 25, de Rafah, ponto de passagem entre Gaza e o território egípcio.
Os palestinos não precisarão
mais se submeter a patrulhas israelenses. Israel exigia que a reabertura de Rafah fosse acompanhada pela instalação de câmeras
para monitorar a entrada de suspeitos de terrorismo. Os palestinos recusavam a exigência. Pelo
acordo, o monitoramento será
feito pela União Européia.
Israel também abriu mão de
uma cláusula que impediria a entrada em Gaza de supostos terroristas de uma lista que afirma dispor. Aceitou que a Autoridade Palestina se comprometa a levar em
conta as informações fornecidas
por seus serviços de inteligência.
Rice, que dormiu apenas duas
horas, empenhou-se de uma maneira ainda inédita nos cinco anos
da administração Bush. Ela e assessores negociaram até altas horas, no nono andar do hotel David
Citadel, em Jerusalém.
O acordo também estipula que
a partir de 15 de dezembro comboios de ônibus -caminhões só
a partir de 15 de janeiro- poderão, escoltados, atravessar o território de Israel, no trajeto entre
Gaza e a Cisjordânia.
Os palestinos foram autorizados a construir um porto no litoral de Gaza. O equipamento estará em operação em três anos.
Israel se comprometeu com o
governo americano a negociar até
31 de dezembro a desmontagem
de obstáculos construídos em estradas da Cisjordânia, necessários, argumenta, para evitar o
trânsito de terroristas.
Não se chegou a nenhum acordo quanto à reabertura do aeroporto palestino em Gaza, embora
a União Européia tenha anunciado um plano de US$ 30 milhões
para as obras de reconstrução.
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