São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2006

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Coréia domina visita de Bush ao Vietnã, e governo nega analogia com o Iraque

Dmitry Lovetsky/Associated Press
Arranjo de flores anuncia o evento, junto a estátua de Lênin


DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, inicia amanhã sua primeira visita ao Vietnã, onde se encontrará com outros 20 líderes mundiais na cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), para tratar de temas comerciais. Mas é o impasse provocado pela recusa da Coréia do Norte em suspender seu programa nuclear que promete dominar o debate.
Bush passará oito dias na Ásia e visitará Vietnã, Cingapura e Indonésia. A visita ao país onde os EUA sofreram sua grande derrota militar, em meio ao debate sobre como reverter o fracasso no Iraque, trouxe mais uma vez comparações da ação americana neste país com a Guerra do Vietnã.
Ontem a secretária de Estado Condoleezza Rice, também em sua primeira viagem ao Vietnã, voltou a rejeitar tais comparações. "Paralelos históricos desse tipo não são úteis, e não acho que estejam corretos. São circunstâncias diferentes."
Cerca de 58 mil soldados americanos morreram no Vietnã, entre meados da década de 60 e 1973. Desde a ocupação iraquiana, em março de 2003, são mais de 2.800 mortos.

Passagem por Moscou
Para chegar ao Sudeste Asiático, Bush escolheu uma rota incomum: voou no sentido leste. O presidente fez uma escala em Moscou, onde se reuniu com o colega Vladimir Putin, que voltará a ver na cúpula.
Segundo o Kremlin, eles trataram da crise nuclear com a Coréia e com o Irã e da situação no Oriente Médio. Assessores da Casa Branca disseram que a visita foi informal, "de amigos".
A Rússia integra o Grupo dos Seis -com EUA, Japão, China e as duas Coréias-, que tenta retomar as conversas com Pyongyang, após o primeiro teste nuclear norte-coreano, em outubro, e a adoção de sanções à ditadura, aprovadas na ONU.
Bush também pressiona Putin a aceitar a imposição de sanções contra o Irã, que continua com seu programa de enriquecimento de urânio. A Rússia resiste a apoiar punições ao Irã, de quem é parceiro comercial.
As conversas do Grupo dos Seis foram interrompidas há um ano pelos norte-coreanos, mas, após sua demonstração de força, eles se dizem dispostos a voltar à mesa de negociações -o teste lhes deu maior poder de barganha.

Negociações
Enviados de EUA, Japão e Coréia do Sul se encontraram ontem em Hanói para discutir o tema. Segundo o americano Christopher Hill, eles pretendem exigir o cumprimento de um acordo que prevê a suspensão do programa nuclear norte-coreano em troca de ajuda e garantias de segurança.
Ministros de vários países também debatem a questão. "Discute-se a inclusão de um parágrafo [sobre o programa nuclear] no comunicado conjunto dos líderes ou a divulgação de um comunicado separado sobre o assunto", disse o ministro de Relações Exteriores indonésio, Hassan Wirayuda.


Com agências internacionais

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