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Coréia domina visita de Bush ao Vietnã, e governo nega analogia com o Iraque
Dmitry Lovetsky/Associated Press
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Arranjo de flores anuncia o evento, junto a estátua de Lênin |
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George W. Bush, inicia amanhã sua
primeira visita ao Vietnã, onde
se encontrará com outros 20 líderes mundiais na cúpula da
Apec (Cooperação Econômica
Ásia-Pacífico), para tratar de
temas comerciais. Mas é o impasse provocado pela recusa da
Coréia do Norte em suspender
seu programa nuclear que promete dominar o debate.
Bush passará oito dias na
Ásia e visitará Vietnã, Cingapura e Indonésia. A visita ao país
onde os EUA sofreram sua
grande derrota militar, em
meio ao debate sobre como reverter o fracasso no Iraque,
trouxe mais uma vez comparações da ação americana neste
país com a Guerra do Vietnã.
Ontem a secretária de Estado
Condoleezza Rice, também em
sua primeira viagem ao Vietnã,
voltou a rejeitar tais comparações. "Paralelos históricos desse tipo não são úteis, e não acho
que estejam corretos. São circunstâncias diferentes."
Cerca de 58 mil soldados
americanos morreram no Vietnã, entre meados da década de
60 e 1973. Desde a ocupação
iraquiana, em março de 2003,
são mais de 2.800 mortos.
Passagem por Moscou
Para chegar ao Sudeste Asiático, Bush escolheu uma rota
incomum: voou no sentido leste. O presidente fez uma escala
em Moscou, onde se reuniu
com o colega Vladimir Putin,
que voltará a ver na cúpula.
Segundo o Kremlin, eles trataram da crise nuclear com a
Coréia e com o Irã e da situação
no Oriente Médio. Assessores
da Casa Branca disseram que a
visita foi informal, "de amigos".
A Rússia integra o Grupo dos
Seis -com EUA, Japão, China e
as duas Coréias-, que tenta retomar as conversas com Pyongyang, após o primeiro teste nuclear norte-coreano, em outubro, e a adoção de sanções à ditadura, aprovadas na ONU.
Bush também pressiona Putin a aceitar a imposição de sanções contra o Irã, que continua
com seu programa de enriquecimento de urânio. A Rússia resiste a apoiar punições ao Irã,
de quem é parceiro comercial.
As conversas do Grupo dos
Seis foram interrompidas há
um ano pelos norte-coreanos,
mas, após sua demonstração de
força, eles se dizem dispostos a
voltar à mesa de negociações
-o teste lhes deu maior poder
de barganha.
Negociações
Enviados de EUA, Japão e
Coréia do Sul se encontraram
ontem em Hanói para discutir
o tema. Segundo o americano
Christopher Hill, eles pretendem exigir o cumprimento de
um acordo que prevê a suspensão do programa nuclear norte-coreano em troca de ajuda e garantias de segurança.
Ministros de vários países
também debatem a questão.
"Discute-se a inclusão de um
parágrafo [sobre o programa
nuclear] no comunicado conjunto dos líderes ou a divulgação de um comunicado separado sobre o assunto", disse o ministro de Relações Exteriores
indonésio, Hassan Wirayuda.
Com agências internacionais
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