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ANP buscará apoio a Estado palestino na ONU
Iniciativa é novo sinal de descrença em retomada de negociações; Israel adverte contra "passo unilateral"
DA REDAÇÃO
O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, disse ontem
que a ANP (Autoridade Nacional Palestina) pretende obter o
apoio do Conselho de Segurança (CS) da ONU para a criação
unilateral de um Estado na Cisjordânia e na faixa de Gaza,
com capital em Jerusalém
Oriental.
O anúncio confirma rumores
surgidos recentemente nesse
sentido e sinaliza descrença entre palestinos na retomada das
negociações de paz com Israel,
congeladas desde o ataque do
país a Gaza no início do ano.
Erekat disse não haver um
cronograma definido para a iniciativa, que dependerá de desdobramentos futuros, mas cobrou de Israel "desistência de
iniciativas unilaterais". "O que
fazem não é nada além disso",
afirmou, em referência à expansão dos assentamentos na
Cisjordânia, maior entrave para a retomada das conversas.
A uma rádio israelense Erekat disse ainda que o governo
do premiê direitista Binyamin
Netanyahu não deseja a solução dos dois Estados, o norte
das negociações de paz desde os
Acordos de Oslo, em 1993.
Embora simbólica, a medida
tem na prática poucas chances
de prosperar, já que no CS os
EUA, aliados de Israel, têm poder de veto e costumam rechaçar iniciativas contra o país.
O anúncio de Erekat foi, porém, imediatamente rechaçado
por Netanyahu. "Não há substituto para as negociações entre
Israel e a ANP, e qualquer passo
unilateral só irá comprometer
as bases do entendimento entre nós e levar a passos unilaterais do lado israelense", disse.
O anúncio de Erekat é ainda
um sinal do impasse a que se
chegou nos esforços diplomáticos liderados pelo governo Barack Obama de retomar as negociações de paz na região.
No começo do mês, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, já anunciara sua desistência de disputar a recondução ao
cargo em janeiro -a eleição,
porém, deve ser adiada- devido à relutância israelense em
interromper a expansão das colônias judaicas.
Autoridades palestinas demonstram ainda descontentamento com o que consideram
um recuo do presidente dos
EUA em relação aos assentamentos após meses de pressão
infrutífera sobre Netanyahu.
Com agências internacionais
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