São Paulo, segunda-feira, 16 de novembro de 2009

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ANP buscará apoio a Estado palestino na ONU

Iniciativa é novo sinal de descrença em retomada de negociações; Israel adverte contra "passo unilateral"

DA REDAÇÃO

O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, disse ontem que a ANP (Autoridade Nacional Palestina) pretende obter o apoio do Conselho de Segurança (CS) da ONU para a criação unilateral de um Estado na Cisjordânia e na faixa de Gaza, com capital em Jerusalém Oriental.
O anúncio confirma rumores surgidos recentemente nesse sentido e sinaliza descrença entre palestinos na retomada das negociações de paz com Israel, congeladas desde o ataque do país a Gaza no início do ano.
Erekat disse não haver um cronograma definido para a iniciativa, que dependerá de desdobramentos futuros, mas cobrou de Israel "desistência de iniciativas unilaterais". "O que fazem não é nada além disso", afirmou, em referência à expansão dos assentamentos na Cisjordânia, maior entrave para a retomada das conversas.
A uma rádio israelense Erekat disse ainda que o governo do premiê direitista Binyamin Netanyahu não deseja a solução dos dois Estados, o norte das negociações de paz desde os Acordos de Oslo, em 1993.
Embora simbólica, a medida tem na prática poucas chances de prosperar, já que no CS os EUA, aliados de Israel, têm poder de veto e costumam rechaçar iniciativas contra o país.
O anúncio de Erekat foi, porém, imediatamente rechaçado por Netanyahu. "Não há substituto para as negociações entre Israel e a ANP, e qualquer passo unilateral só irá comprometer as bases do entendimento entre nós e levar a passos unilaterais do lado israelense", disse.
O anúncio de Erekat é ainda um sinal do impasse a que se chegou nos esforços diplomáticos liderados pelo governo Barack Obama de retomar as negociações de paz na região.
No começo do mês, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, já anunciara sua desistência de disputar a recondução ao cargo em janeiro -a eleição, porém, deve ser adiada- devido à relutância israelense em interromper a expansão das colônias judaicas.
Autoridades palestinas demonstram ainda descontentamento com o que consideram um recuo do presidente dos EUA em relação aos assentamentos após meses de pressão infrutífera sobre Netanyahu.


Com agências internacionais

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