São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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Deputado é afastado por elo com cartéis

No primeiro caso no México, Julio César Godoy perde mandato por suposta relação com traficantes de drogas

Parlamentar driblou cerco da polícia para tomar posse; onda de violência é atribuída à ação de narcocartéis


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Câmara dos Deputados do México afastou do cargo anteontem, pela primeira vez, um membro da Casa acusado de suposta ligação com o narcotráfico.
O país vive uma onda de violência atribuída aos cartéis da droga.
Em sessão extraordinária, os deputados aprovaram a retirada da imunidade de Julio César Godoy Toscano (do oposicionista Partido da Revolução Democrática, de centro-esquerda) e seu afastamento do cargo por 384 votos favoráveis, dois contrários e 21 abstenções.
A Procuradoria Geral do México acusa o ex-deputado de proteger a organização La Familia Michoacana e de manter ligações com Servando Gómez "La Tuta", o número dois do cartel.
Os EUA consideram o La Familia um dos mais perigosos dentre os sete cartéis do México. A organização entrou em confronto com a polícia na semana passada, deixando ao menos 11 mortos.
Godoy também é suspeito de realizar operações com recursos de origem ilícita e lavagem de dinheiro.
A ordem de apreendê-lo foi suspensa temporariamente por um juiz, mas a Procuradoria já recorreu.
O deputado é meio-irmão do governador do Estado de Michoacán, Leonel Godoy Rangel.

CLANDESTINO
Julio César Godoy Toscano foi eleito deputado federal pelo oposicionista PRD em julho de 2009. Dias depois foi acusado de proteger o La Familia.
Viveu na clandestinidade até que, em setembro deste ano, após driblar um cerco policial, tomou posse do cargo e assim obteve a imunidade parlamentar.
Dirigentes do PRD dizem sofrer perseguição política pelo governo do presidente Felipe Calderón (Partido da Ação Nacional, PAN), oriundo de Michoacán.
Em 2009, a Procuradoria deteve cerca de trinta funcionários e ex-funcionários do Estado por supostas ligações com o narcotráfico. A maioria era ligada ao PRD. Quase todos foram liberados por insuficiência de provas.
O ex-deputado esteve na Câmara pela última vez em 7 de dezembro e, até o fechamento desta edição, não tinha sido localizado.


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