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IRAQUE OCUPADO
Washington aceita sugestões que "aperfeiçoem" projeto, mas mantém eleição indireta
Transição iraquiana não muda, diz Casa Branca
DA REDAÇÃO
A Casa Branca declarou ontem
que não pretende mudar o plano
de transição política no Iraque,
mas está aberta a sugestões que
"aperfeiçoem ou melhorem" o
modelo após as críticas de um dos
principais líderes xiitas do país.
O plano americano prevê que a
Autoridade Provisória da Coalizão, liderada pelo diplomata Paul
Bremer, entregue o poder em 30
de junho a um governo interino
iraquiano escolhido em eleições
indiretas. Mas o aiatolá Ali al Sistani diz que o modelo não resultará em um governo representativo.
Ontem, Bremer debateu as alternativas com o presidente George W. Bush. Depois da reunião,
disse que as questões de Sistani
"têm de ser consideradas" e que
"há uma série de maneiras de
conduzir o pleito". Mas reiterou
que ele será indireto e que a transição ocorre em 30 de junho.
"É óbvio que há discussão sobre
meios de aperfeiçoar ou melhorar
o acordo, mas estamos trabalhando com a estrutura do acordo de
15 de novembro", disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, referindo-se ao cronograma
que prevê a transição até julho.
Anteontem, 25 mil xiitas foram
às ruas de Basra (a segunda maior
cidade iraquiana) exigir eleições
diretas, gerando temores de que o
governo interino não seja visto
como legítimo pela população.
Para Washington, não há tempo suficiente para concluir o censo e a nova Constituição neste
ano, duas condições fundamentais para a realização do pleito direto. "Há muita coisa que teria de
estar pronta para a eleição e ainda
não está, disse McClellan.
Segundo diplomatas, os EUA
devem pedir ao secretário-geral
da ONU, Kofi Annan, que envie
uma equipe de avaliação ao Iraque para tentar convencer Al Sistani de que não é possível realizar
eleições diretas neste ano.
O pedido deverá ser feito na segunda-feira, quando Annan receberá Bremer e membros do Conselho de Governo Iraquiano para
discutir a participação da ONU no
processo de transição.
Violência
A violência no país teve continuidade com a morte de um adolescente em Bagdá, atingido pela
explosão de uma bomba que um
grupo de soldados dos EUA e policiais iraquianos tentava desarmar. Cinco pessoas foram feridas,
segundo fontes hospitalares.
No aeroporto da capital, um
avião militar americano que levava o ministro da Defesa da Geórgia, David Tevzadze, para uma visita de um dia a seus soldados no
país foi atingido por tiros vindos
do chão. Ninguém foi ferido.
Em Tóquio, o primeiro destacamento de soldados japoneses desde a Segunda Guerra embarcou
para o Iraque. Os cerca de 30 soldados são uma unidade avançada
que precede outros mil militares.
Saddam
Em entrevista à rede britânica
Sky News, Powell afirmou que o
ex-ditador iraquiano Saddam
Hussein vem cooperando pouco
com seus interrogadores desde
sua captura, em 13 de dezembro.
"Ele sabe que vai ser julgado. Eu
acho que ele está tentando se proteger e justificar suas ações abomináveis durante o tempo em
que foi ditador do Iraque", disse.
Com agências internacionais
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