São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2009

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Dirigentes do PT discordam de nota contra Israel

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

A nota oficial do PT chamando os ataques israelenses em Gaza de "terrorismo de Estado" e comparando-os "a práticas nazistas" causa uma fissura pública no próprio partido.
Em carta ao presidente do PT, Ricardo Berzoini, 36 militantes petistas, inclusive o governador Jaques Wagner (BA) e os ministros Tarso Genro (Justiça), Fernando Haddad (Educação) e Carlos Minc (Meio Ambiente), desaprovam seis pontos da nota oficial do partido.
Segundo a carta, que foi referendada também por Clara Ant, que é uma das mais próximas assessoras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a nota do PT "banaliza e distorce o fenômeno histórico do nazismo" e "não registra a necessária condenação ao terrorismo [do qual o Hamas é acusado]".
Diz ainda o texto de repúdio que a nota do PT "ignora a posição histórica do partido, que sempre se pautou pela coexistência pacífica dos povos", assim como também "não se coaduna com a posição equilibrada assumida pelo governo brasileiro". Outras duas discordâncias: a nota de Berzoini "não afirma o reconhecimento do direito de existência de Israel negado pelo Hamas" e, além disso, "queima, ao invés de construir, pontes para o entendimento".
A carta defende o cessar-fogo imediato e o desbloqueio da entrada de ajuda humanitária para Gaza. Endossa, também, a posição do governo Lula de participar dos esforços por uma paz duradoura, "baseada na coexistência pacífica de um Estado Palestino viável e próspero e de um Estado de Israel definitivamente seguro".


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