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Dirigentes do PT discordam de nota contra Israel
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
A nota oficial do PT chamando os ataques israelenses em
Gaza de "terrorismo de Estado"
e comparando-os "a práticas
nazistas" causa uma fissura pública no próprio partido.
Em carta ao presidente do
PT, Ricardo Berzoini, 36 militantes petistas, inclusive o governador Jaques Wagner (BA)
e os ministros Tarso Genro
(Justiça), Fernando Haddad
(Educação) e Carlos Minc
(Meio Ambiente), desaprovam
seis pontos da nota oficial do
partido.
Segundo a carta, que foi referendada também por Clara
Ant, que é uma das mais próximas assessoras do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, a nota
do PT "banaliza e distorce o fenômeno histórico do nazismo"
e "não registra a necessária
condenação ao terrorismo [do
qual o Hamas é acusado]".
Diz ainda o texto de repúdio
que a nota do PT "ignora a posição histórica do partido, que
sempre se pautou pela coexistência pacífica dos povos", assim como também "não se coaduna com a posição equilibrada
assumida pelo governo brasileiro". Outras duas discordâncias: a nota de Berzoini "não
afirma o reconhecimento do direito de existência de Israel negado pelo Hamas" e, além disso,
"queima, ao invés de construir,
pontes para o entendimento".
A carta defende o cessar-fogo
imediato e o desbloqueio da entrada de ajuda humanitária para Gaza. Endossa, também, a
posição do governo Lula de
participar dos esforços por uma
paz duradoura, "baseada na
coexistência pacífica de um Estado Palestino viável e próspero e de um Estado de Israel definitivamente seguro".
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