São Paulo, domingo, 17 de janeiro de 2010

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entrevista

Campanha explora clima de "já ganhou"

DO ENVIADO A SANTIAGO

Como coordenador geral de marketing de campanha de Sebastián Piñera, o publicitário Hernán Larraín Matte, 35, estruturou uma campanha apartidária, que no segundo turno procurou instalar um clima de "já ganhou" em favor do candidato.
Matte admite que a estratégia de Eduardo Frei melhorou no segundo turno. Mas diz que a disputa teria sido ainda mais difícil se a Concertação tivesse optado por um nome novo.

 

FOLHA - Quais foram os eixos da campanha de Piñera?
HERNÁN MATTE
- A mudança em relação à continuidade que representam Frei e a Concertação. O futuro contra o passado, e a unidade diante da divisão da centro-esquerda. No segundo turno, procuramos transmitir alegria, bom humor, contagiar positivamente o eleitorado.

FOLHA - E os momentos-chave da campanha?
MATTE
- No segundo turno, com a votação maior que a esperada [44%], o desafio era capitalizar a sensação de triunfo. E com o "junte-se à mudança" [slogan de Piñera] nos dedicamos a isso.

FOLHA - Onde Frei mostrou maiores debilidades?
MATTE
- A principal é o candidato. A Concertação sempre apresentara alternativas novas, mas desta vez foi um ex-presidente. Não mostrou capacidade de renovação. Teria sido diferente se o candidato tivesse sido Marco Enríquez-Ominami ou [José Miguel] Insulza.

FOLHA - Mas é quase consenso que a campanha de Frei melhorou no segundo turno.
MATTE
- De fato. Houve mudança de equipe. Trouxeram um publicitário talentoso, chegou uma nova geração de líderes concertacionistas. Impregnaram-se de uma nova energia, e isso foi sentido.

FOLHA - Como buscaram atrair o eleitor de Ominami?
MATTE
- Fizemos estudos para entender esse eleitor. Tem três demandas: mudança de rostos, de geração, por ideias frescas, de futuro, e por novas formas de fazer política. Terminar com distribuição de cargos entre partidos, operadores políticos, corrupção. Integramos isso ao discurso.


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