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entrevista
Campanha explora clima de "já ganhou"
DO ENVIADO A SANTIAGO
Como coordenador geral de marketing de campanha de Sebastián Piñera, o publicitário Hernán
Larraín Matte, 35, estruturou uma campanha
apartidária, que no segundo turno procurou instalar
um clima de "já ganhou"
em favor do candidato.
Matte admite que a estratégia de Eduardo Frei melhorou no segundo turno.
Mas diz que a disputa teria
sido ainda mais difícil se a
Concertação tivesse optado por um nome novo.
FOLHA - Quais foram os eixos
da campanha de Piñera?
HERNÁN MATTE - A mudança em relação à continuidade que representam
Frei e a Concertação. O futuro contra o passado, e a
unidade diante da divisão
da centro-esquerda. No
segundo turno, procuramos transmitir alegria,
bom humor, contagiar positivamente o eleitorado.
FOLHA - E os momentos-chave da campanha?
MATTE - No segundo turno, com a votação maior
que a esperada [44%], o
desafio era capitalizar a
sensação de triunfo. E com
o "junte-se à mudança"
[slogan de Piñera] nos dedicamos a isso.
FOLHA - Onde Frei mostrou
maiores debilidades?
MATTE - A principal é o
candidato. A Concertação
sempre apresentara alternativas novas, mas desta
vez foi um ex-presidente.
Não mostrou capacidade
de renovação. Teria sido
diferente se o candidato tivesse sido Marco Enríquez-Ominami ou [José
Miguel] Insulza.
FOLHA - Mas é quase consenso que a campanha de Frei melhorou no segundo turno.
MATTE - De fato. Houve
mudança de equipe. Trouxeram um publicitário talentoso, chegou uma nova
geração de líderes concertacionistas. Impregnaram-se de uma nova energia, e isso foi sentido.
FOLHA - Como buscaram
atrair o eleitor de Ominami?
MATTE - Fizemos estudos
para entender esse eleitor.
Tem três demandas: mudança de rostos, de geração, por ideias frescas, de
futuro, e por novas formas
de fazer política. Terminar
com distribuição de cargos
entre partidos, operadores
políticos, corrupção. Integramos isso ao discurso.
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