São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 2011 |
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Crise no Chile retoma força, e resgate de brasileiros é suspenso Turistas são usados há 7 dias como moeda de troca em conflito GUSTAVO HENNEMANN DE BUENOS AIRES JAMES CIMINO DE SÃO PAULO A operação de retirada de turistas brasileiros que não conseguem deixar o extremo sul do Chile há sete dias, por causa de protestos locais, teve de ser suspensa ontem após um novo desentendimento entre os manifestantes e o governo do país. Parte do grupo saiu da região no fim de semana, durante uma curta trégua, mas a maioria continuava isolada até ontem à noite. Desde terça-feira, ao menos cem brasileiros e outros 3.000 estrangeiros que visitavam os parques da região de Puerto Natales -a mais de 3.000 km de Santiago- estão sendo usados como moeda de troca no conflito chileno. Os moradores locais decretaram greve geral e bloquearam aeroportos e estradas para forçar o governo do presidente Sebastián Piñera a suspender um aumento de 16,8% na conta de gás. A região está desabastecida e a maioria dos turistas depende de abrigo da Cruz Vermelha para comer e dormir. Anteontem, os manifestantes concordaram em retirar os estrangeiros da área de conflito. Quatro voos da Força Aérea chilena levaram turistas de Puerto Natales até o aeroporto de Punta Arenas, principal cidade da região, que oferece voos comerciais a Santiago. No entanto, os estrangeiros foram barrados novamente após os manifestantes se irritarem com um comunicado do governo, que anunciava a liberação dos turistas e afirmava que os protestos haviam perdido força. Na quinta-feira passada, 99 turistas brasileiros enviaram uma carta ao Consulado Brasileiro em Santiago relatando que o grupo enfrentava abordagem hostil por parte de moradores e comerciantes de Puerto Natales e que havia dificuldades para achar alimentos e remédios. Segundo a vice-cônsul do Brasil em Santiago, Leticia Meireles, que foi enviada a Punta Arenas para tratar do problema, é impossível saber quantos brasileiros ainda estão isolados na região. "A cada minuto chegam telefonemas e e-mails de mais pessoas, que estão em lugares sem acesso. Está tudo muito incerto, não há como precisar nada." Na sexta-feira, o governo brasileiro cogitava realizar um resgate por conta própria, utilizando um avião Hércules da Força Aérea Brasileira, que chegaria hoje em Punta Arenas para uma missão científica. No entanto, a viagem não havia sido confirmada até a noite de ontem em razão da falta de combustível e da instabilidade na região, de acordo com Meireles. Texto Anterior: Recursos de brasileiros são congelados Próximo Texto: Oriente Médio: Primeiro embaixador dos EUA na Síria em seis anos chega a Damasco Índice | Comunicar Erros |
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