|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Austrália reduz cota para trabalhadores imigrantes
País culpa crise e limita entrada de estrangeiros; Espanha cria incentivo à repatriação
Pesquisa do "Financial Times" revela que maioria dos europeus apoia medidas para mandar de volta imigrantes desempregados
REDAÇÃO
O governo da Austrália anunciou ontem que reduzirá em
14% a quantidade de imigrantes que receberão autorização
para trabalhar no país a partir
de junho.
O país estabelece, a cada ano,
cotas de profissionais qualificados que podem imigrar. Nos últimos dez anos, o número total
de autorizações vinha crescendo, sob impulso do crescimento
econômico.
Agora, com a crise econômica mundial e um índice de desemprego que aumentou de
4,8%, em janeiro, para 5,2%, em
fevereiro, o governo de centro-esquerda decidiu cortar a cota
de trabalhadores imigrantes de
133.500, válida até junho deste
ano, para 115.000 no período
até meados de 2010. Segundo
estimativas do Itamaraty, há
cerca de 12 mil brasileiros vivendo na Austrália atualmente.
"A conjuntura econômica na
Austrália mudou", disse o ministro da Imigração, Chris
Evans, para justificar o corte.
Ele no entanto declarou que a
redução da cota será temporária e que voltará a crescer quando "as condições melhorarem".
A medida também impedirá
a entrada no país de alguns profissionais menos qualificados,
como pedreiros, encanadores,
carpinteiros e eletricistas. A demanda principal por trabalho
"estrangeiro" estará em áreas
de maior especialização, como
médicos, engenheiros e profissionais de informática.
"A Austrália precisa manter
um programa de imigração,
mas um que seja mais direcionado", afirmou o ministro da
Imigração.
Um especialista em imigração e mercado de trabalho no
país, Robert Kinnaird, disse à
agência de notícias Reuters que
o crescente desemprego tem
aumentado o ressentimento de
algumas categorias de trabalhadores locais em relação aos
estrangeiros.
Também na Europa há sinais
de rejeição crescente aos imigrantes. Uma pesquisa divulgada pelo jornal "Financial Times" revela que 79% dos italianos, 78% dos britânicos, 71%
dos espanhóis, 67% dos alemães e 51% dos franceses
apoiariam medidas de seus governos para mandar de volta
para casa imigrantes desempregados. O diário econômico
afirma que a pesquisa "demonstra o risco de tensões sociais em relação à imigração e
ao uso de trabalho estrangeiro"
na Europa.
Na Espanha já existe, desde o
ano passado, um programa que
oferece benefícios sociais em
dinheiro a imigrantes desempregados em troca da garantia
de que sairão do país e não regressarão à Espanha durante,
no mínimo, três anos.
O programa oferece 40% do
benefício total do seguro-desemprego antes da partida, e
60% a serem recebidos quando
o trabalhador já estiver em seu
país de origem.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Diplomacia: Líbano abre embaixada na Síria Próximo Texto: À Justiça, austríaco admite ter prendido e engravidado filha Índice
|