São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

IRAQUE

Governistas perdem liderança em eleições e apontam fraude

DA REDAÇÃO

No nono dia de apuração, a comissão eleitoral do Iraque divulgou ontem balanço das eleições legislativas do país que, pela primeira vez, coloca a coalizão do ex-premiê Iyad Allawi à frente da aliança do atual premiê, Nuri al Maliki. Com quase 80% da apuração concluída, a aliança de Allawi tem cerca de 9.000 votos a mais do que a Coalizão para o Estado de Direito, de Maliki.
No entanto, no balanço por Províncias, que determina a divisão das cadeiras do novo Parlamento, a aliança de Maliki ainda lidera em sete, enquanto Allawi, um xiita apoiado por sunitas, lidera em cinco -são 18, no total.
Não bastassem a indefinição e a demora na somatória, o pleito ainda está cercado por denúncias de fraude.
Ontem, o grupo de Maliki acusou supervisores do centro eletrônico de apuração de engajamento político com seus grupos rivais e pediu a recontagem das mais de 50 mil urnas utilizadas.
Em carta assinada também pelo premiê, a coalizão acusa o chefe da apuração, Hazim al Badri, de integrar um grupo sunita ligado a Allawi e afirma que o fato mina a "sua neutralidade em gerenciar esse processo". No documento, a coalizão pede que a recontagem "dure o tempo que durar".
"Qualquer infração nessas eleições terá consequências lamentáveis, principalmente se a vontade dos eleitores for contrariada", afirma a carta.
Badri não comentou a acusação. Um dos candidatos da coalizão disse que a carta foi enviada também para o embaixador dos EUA e o chefe da missão da ONU no país.
O pleito definirá novos 325 membros do Parlamento do país que, empossados, negociarão alianças para eleger o próximo premiê. "Nossa expectativa é que formemos o governo. [...] Se o povo iraquiano pede mudança e espera mudança, então deve haver mudança", disse Thaer al Naqeeb, aliado de Allawi.
O sucesso do Iraque em articular um governo entre os seus diferentes grupos políticos é crucial para Washington, que espera manter seu cronograma para a retirada de suas tropas do país, prevista para 2011.

Com agências internacionais



Texto Anterior: Em dia de violência, EUA cancelam viagem a Israel
Próximo Texto: Anistia critica Brasil por não condenar Cuba
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.