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São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

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EUROPA

Integrantes do bloco fazem declaração conjunta pedindo papel central para a ONU no Iraque e paz entre Israel e palestinos

Dez países firmam tratado de adesão à UE

DA REDAÇÃO

Líderes europeus, após meses de divisões por causa da ação militar contra o Iraque, deram um passo em direção à unidade do continente ontem, dando boas-vindas a dez futuros membros da União Européia (UE) e pedindo em conjunto um papel central para a ONU no pós-guerra.
Tentando dar fim às disputas por causa do conflito, França, Reino Unido, Espanha e Alemanha elaboraram uma declaração sobre o papel da ONU na reconstrução do Iraque e exortaram os EUA a manter a lei e a ordem no país.
Em paralelo à cerimônia na qual dez países, entre eles oito ex-integrantes do bloco soviético, assinaram tratados de admissão à UE, os quatro membros do bloco europeu que fazem parte do Conselho de Segurança da ONU também pediram aos EUA que levassem a público seu plano de paz entre Israel e palestinos.
Segundo autoridades, o objetivo é que os 15 membros da UE assinem a declaração antes que a cúpula termine, hoje.
O chanceler russo, Igor Ivanov, e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, também estavam na capital grega.
O presidente da França, Jacques Chirac, afirmou que a iniciativa era uma tentativa de declarar princípios para a reconstrução e a estabilização do Iraque "com um papel central para a ONU".
Ele afirmou que a UE deve organizar vôos para levar os feridos da guerra a hospitais europeus.

Dia histórico
Em uma cerimônia na cidade considerada o berço da democracia européia, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Letônia, Lituânia, Hungria, Malta, Polônia e República Tcheca assinaram tratados para entrar na UE em 1º de maio de 2004. Alguns países ainda precisam ratificar os tratados.
A maior expansão da UE até hoje foi acompanhada por declarações de unidade em uma cerimônia coordenada por Costas Simitris, premiê da Grécia (atual presidente da UE), em Stoa de Attalos (portão de Attalos), edifício construído em 150 a.C. e parte da Ágora, o centro da "pólis", onde os gregos se reuniam em assembléia.
"Este é um dia histórico. Esta é uma realização que cria uma nova obrigação, a de olharmos para o futuro com otimismo e criatividade", disse Simitris.
Cada um dos representantes dos 15 membros da UE e de seus dez futuros integrantes fez um discurso de três minutos. Na Antiguidade, políticos atenienses podiam discursar por seis minutos.
"A União Européia está finalmente superando a divisão do continente europeu em Leste e Oeste, a divisão política de seus Estados e a dolorosa divisão de seu povo que resultaram da Segunda Guerra Mundial", disse o chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder.
O premiê britânico, Tony Blair, disse que democracia, liberdade e o Estado de Direito são "os valores que unem a UE, quaisquer que sejam as diferenças" dentro dela.
Chirac disse: "A UE não se trata apenas de um grande mercado, políticas comuns, uma moeda única e o livre movimento. Trata-se, de forma mais importante, de uma ambição coletiva".
Centenas de manifestantes antiguerra se afastaram de um grupo de cerca de 10 mil pessoas que faziam um protesto pacífico em Atenas e jogaram bombas de gasolina em policiais, incendiaram bancos e quebraram vitrines perto das embaixadas dos EUA e do Reino Unido. A polícia reagiu com bombas de gás lacrimogêneo. Mais de cem pessoas foram detidas.


Com agências internacionais


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