DA REDAÇÃO

A Comissão de Direitos Humanos da ONU adiou por 24 horas a votação de uma resolução a respeito da crise dos direitos humanos em Cuba. O adiamento ocorreu após um debate no qual oponentes do ditador Fidel Castro tentaram ampliar as críticas ao país e Cuba atacou o embargo econômico imposto pelos EUA.
A votação seria realizada ontem. No último mês, o regime de Fidel Castro prendeu e condenou 78 opositores. Na última sexta-feira, executou após julgamento sumário três pessoas acusadas de sequestrar uma balsa.
A comissão critica Cuba com frequência, mas a moção deste ano -proposta pela Costa Rica, pelo Peru e pelo Uruguai- apenas pedia ao país que aceitasse a visita de uma inspetora de direitos humanos indicada pela ONU.
Ontem, no entanto, a Costa Rica propôs uma emenda à resolução, exigindo de Fidel que "liberte imediatamente" todos os presos.
O delegado cubano, Juan Antonio Fernández, também propôs uma emenda, criticando o embargo dos EUA como uma violação dos direitos humanos, impedindo o trâmite de votação.
O governo brasileiro, que tem sido criticado por sua omissão em relação a Cuba -tanto Lula quanto o ministro José Dirceu (Casa Civil) têm ligações pessoais com Fidel-, vai se abster na votação, mas irá declarar "forte preocupação" com a situação dos direitos humanos na ilha.