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"EIXO DO MAL"
Segundo o "Sunday Times", país prepara suicidas para o caso de ser alvo de uma ofensiva de EUA e Reino Unido
Irã tem 40 mil homens-bomba, diz jornal
DA REDAÇÃO
O regime iraniano vem treinando homens-bomba para atacar alvos americanos e britânicos, caso
suas instalações nucleares sejam
bombardeadas pelos dois países
ocidentais. A informação foi publicada ontem, em Londres, pelo
jornal "Sunday Times".
O jornal afirma existirem 40 mil
voluntários nessas condições, e
que parte deles integra uma unidade especial da Guarda Revolucionária iraniana.
Os integrantes dessa unidade
participaram de um desfile militar, vestindo uniformes e trazendo bolsos para o transporte de explosivos ao redor da cintura.
Hassan Abbasi, coordenador do
plano, afirmou que 29 alvos ocidentais já foram identificados.
"Estamos prontos para atacar alvos americanos e britânicos caso
nossas instalações nucleares sejam atingidas", afirmou, segundo
gravação transcrita pelo "Times".
Ainda ontem a agência Reuters
disse que cerca de 200 iranianos se
alistaram como voluntários nos
últimos três dias para praticar
atentados terroristas contra interesses britânicos e americanos.
A informação foi dada por Mohammad Ali Samadi, da Comissão pela Comemoração dos Mártires, entidade iraniana que se diz
independente do governo.
O alistamento, disse ele, vem
sendo feito em Teerã, no mesmo
prédio que abrigava a embaixada
americana. Afirmou que 52 mil
pessoas já se apresentaram como
voluntárias para uma ofensiva
terrorista contra os ocidentais.
Em Damasco, onde se encontrava ontem, o ex-presidente iraniano Hashemi Rafsanjani disse
não acreditar que seja de interesse
imediato de Washington o bombardeio do Irã.
Afirmou que o Conselho de Segurança não chegou a elaborar
uma resolução nos termos desejados pelos Estados Unidos, e que
os americanos estão em "guerra
psicológica" contra seu país.
Rafsanjani disse ainda que os
americanos não correriam o risco
de uma nova guerra na região,
sem discutir "seriamente" os efeitos que ela provocaria.
O Conselho de Segurança deu
prazo ao Irã até o dia 28 para interromper o processo de enriquecimento de urânio. O ultimato já
foi rejeitado. Os cinco membros
permanentes do conselho e mais
a Alemanha reúnem-se amanhã,
em Moscou, para discutir novamente a questão.
No sábado, o jornal britânico
"The Guardian" disse que, em
exercícios conjuntos, os EUA e o
Reino Unido já haviam feito em
2004 uma simulação de um ataque ao território do Irã.
Os exercícios ocorreram em
Fort Belvior, na Virgínia. O Ministério da Defesa britânico respondeu ser "inconcebível" uma ação
militar contra o Irã e disse que o
exercício, realmente feito, procurava com cenário fictício medir o
grau de resistência dos soldados.
Por sua vez, um colunista do
"Washington Post" que já foi oficial de inteligência americano,
William Arkin, disse que, antes de
invadir o Iraque, em março de
2003, os EUA haviam detalhado
um plano para atacar o Irã, por
meio de mísseis, invasão terrestre
e mobilização da Marinha para
controlar o estreito de Hormuz.
Arkin, que trabalhou para o
Exército americano nos anos 70
em Berlim Ocidental, disse que a
operação contra o Irã era conhecida pelo nome de "Tirannt". Os
britânicos também tomariam
parte na operação, que chegou a
ser objeto de exercícios no mar
Cáspio. O comandante do treinamento foi o general americano
John Abizaid.
Uma entidade privada americana, o Instituto pela Ciência e Segurança Internacional, distribuiu
fotos de satélite que demonstram
que o Irã construiu uma terceira
passagem subterrânea para suas
instalações nucleares em Isfahan.
Com agências internacionais
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