São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2006

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IRAQUE SOB TUTELA

Xiitas permitirão que partido do atual premiê escolha sucessor; violência no país deixa mais de 30 mortos

Impasse político pode estar perto do fim

DA REDAÇÃO

O jornal americano "New York Times" informou ontem que o impasse político no Iraque quanto ao nome do novo premiê do país pode estar próximo do fim.
De acordo com o "Times", líderes xiitas concordaram em permitir que o partido do atual primeiro-ministro, Ibrahim al Jaafari, escolha quem o substituirá.
O imbróglio sobre a formação do novo governo, que já dura quatro meses, opõe xiitas, de um lado, e os sunitas e curdos, de outro. Estes não aceitam que Jaafari permaneça no posto de primeiro-ministro, mas ele ainda não se manifestou sobre deixar o cargo.
Sessão do Parlamento iraquiano que estava marcada para hoje foi adiada, a fim de que prossigam as negociações entre os líderes partidários. Adnan Pachachi, presidente em exercício do Parlamento, afirmou ao periódico nova-iorquino que uma solução para o impasse surgiria em breve.

Violência
A violência no Iraque fez mais de 30 mortos no fim de semana.
Seis pessoas morreram em conseqüência de um confronto entre forças americanas e supostos insurgentes, de acordo com o Exército dos EUA. Na ação, realizada em Youssifiyah, um suspeito de integrar a Al Qaeda foi preso.
Segundo os militares americanos, soldados invadiram uma casa em Youssifiyah (a cerca de 20 km de Bagdá) e detiveram cinco suspeitos de militarem na insurgência, entre eles o que faria parte da Al Qaeda. Durante a blitz, os ocupantes da casa dispararam contra os soldados, que revidaram. No tiroteio, os militares mataram dois homens que, afirmam, estavam usando coletes com bombas, e um terceiro terrorista detonou os explosivos que trazia no corpo, matando a si próprio. Dois outros suspeitos de participarem da insurgência foram mortos, e uma mulher foi alvejada na troca de tiros e também morreu. Além disso, três outras mulheres e uma criança ficaram feridas em razão do confronto.
Outro episódio de violência teve lugar ontem na cidade de Mahmoudiya, ao sul de Bagdá, onde a explosão de um carro-bomba matou ao menos dez pessoas e feriu mais de 20. O atentado ocorreu em um mercado a céu aberto próximo a uma mesquita xiita. Mahmoudiya, que fica às margens do rio Eufrates e é uma cidade em que vivem xiitas e sunitas, tem sido palco de constantes atentados nos últimos dois anos.
A violência se estendeu à área xiita de Kamaliyah, no leste de Bagdá, onde a explosão de uma bomba dentro de um microônibus matou ao menos três das pessoas que estavam no veículo e feriu seis, segundo a polícia local.
Outras 12 pessoas morreram vítimas de atiradores nas cidades de Mossul e Baquba.
Houve mortes também entre os soldados dos EUA no fim de semana. De acordo com o Exército, quatro marines morreram em dois combates distintos no sábado. As mortes elevam a 47 o número de baixas americanas neste mês no país. No mês de março foram 31 os americanos mortos.

Rumsfeld
O "New York Times" informou ontem também que, em resposta a críticas que o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, tem recebido de generais da reserva americanos, o Pentágono divulgou um memorando para oficiais fora da ativa. O documento afirma que os comandantes militares foram envolvidos "em um nível sem precedentes" nas decisões sobre ações no Iraque.


Com agências de notícias


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