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Quadro eclético
compõe partido
de nacionalista
DO ENVIADO A LIMA
Longe das raízes sindicais de
partidos de esquerda tradicionais latino-americanos, o PNP
(Partido Nacionalista Peruano), fundado no ano passado
por Ollanta Humala, tem sua
origem num pequeno grupo da
classe média que, nos últimos
meses, reuniu perfis tão distintos como um ex-diretor do
Banco Central peruano e a líder
cocaleira peruana.
"O partido é fundado quando
Ollanta volta ao país e é fruto
das discrepâncias com os etnocaceristas [que defendem a hegemonia indígena], representados por seus irmãos Antauro
e Ulises e o seu pai, Isaac. E ele
se define dentro da linha nacionalista", disse à Folha Daniel
Abugatas, 50, porta-voz de Humala durante o primeiro turno
e parlamentar eleito.
Empresário têxtil, filho de palestinos e estreante na política,
Abugatas é um dos convidados
por Humala no final do ano
passado fora dos quadros do
partido -20% dos candidatos
ao Parlamentos foram escolhidos assim. Trata-se de uma verdadeira salada, que inclui um
ex-presidente de clube de futebol e até a ex-jogadora de vôlei
Cenaida Uribe, medalha de
prata nas Olimpíadas de 1988.
Para a área econômica, Humala -visto como um perigo
pelos mercados- compôs
uma equipe pouco radical. A
estrela é Gonzalo García, candidato a primeiro vice-presidente (O Peru tem dois vices).
Ex-diretor do Banco Central
peruano no governo de Alejandro Toledo - adepto da ortodoxia macroeconômica-,
García é o principal contrapreso da imagem radical de Humala, um tenente-coronel aposentado que ficou famoso ao
comandar uma rebelião militar
para exigir a renúncia do ex-presidente Alberto Fujimori,
em 2000.
A convite de García, o coordenador econômico da campanha nacionalista é o professor
de economia Felix Jimenez,
também ex-integrante da equipe de Toledo e defensor da independência do Banco Central.
No outro lado do espectro
nacionalista está a líder cocaleira Nancy Obregón, também
eleita para o Parlamento e vinda do Departamento de Huánuco, principal reduto do narcotráfico peruano.
(FM)
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