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Homem mata 32 em universidade nos EUA
Massacre é considerado o pior do tipo na história do país; autor se matou com tiro no rosto, dificultando identificação
Ataque durante a manhã no Virgína Tech durou três horas; alguns alunos foram alinhados diante de parede e mortos à queima-roupa
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Ao menos 32 pessoas foram
mortas e 30 ficaram feridas no
campus de uma universidade
do Estado da Virgínia, no que o
governo dos EUA chamou de o
mais violento massacre a tiros
da história do país. As circunstâncias do incidente ainda não
estão totalmente esclarecidas.
O autor de pelo menos parte
das mortes seria um homem
não identificado, que após a
chacina teria se matado com
um tiro na cabeça, segundo o
chefe de polícia da Universidade Técnica da Virgínia, conhecida como Virgínia Tech, em
Blacksburg, 390 quilômetros a
sudoeste de Washington, onde
ocorreu o massacre, no começo
da manhã de ontem.
Encontrado pela polícia com
um tiro que desfigurou seu rosto, o suposto autor não carregava documentos nem telefone
celular, e suas impressões digitais não constam do sistema
criminal norte-americano, segundo informações do FBI. Estudantes ouvidos pela Folha
por telefone e por agências de
notícias dão conta de um asiático de "20 e poucos anos".
"O que ouvimos é que ele teria entrado no campus com
duas armas e um colete à prova
de balas", disse Ana Carolina
Fontes (leia entrevista abaixo).
Era asiático e vestia um gorro
marrom e uma jaqueta de couro preto, segundo Derek
O'Dell, que levou um tiro no
braço esquerdo enquanto assistia a uma aula de biologia.
Carregava duas armas, de acordo com Gene Cole, funcionário
da universidade.
O presidente George W.
Bush disse que o país estava
"chocado e entristecido", mesma expressão usada pela rainha britânica Elizabeth 2ª, que
visitará a Virgínia no mês que
vem. O Congresso dos EUA fez
um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. Tim Kaine, governador do Estado vizinho a Washington declarou
"estado de emergência".
Segundo o relato do reitor da
universidade, às 7h15 locais
(8h15 de Brasília), a polícia recebeu um telefonema de alguém que ouvira tiros num
dormitório do campus. Ao chegar, encontrou duas pessoas
mortas a tiros. Duas horas depois, enquanto a primeira investigação estava em curso, um
segundo tiroteio começou no
prédio da escola de engenharia,
do outro lado da universidade.
Ali, 31 pessoas foram mortas,
incluindo o suposto assassino,
que teria acorrentado algumas
portas por dentro, para impedir o acesso da polícia. Não está
esclarecido se ambos os incidentes têm o mesmo autor. Pelo menos 27 tiros podem ser
ouvidos por um vídeo gravado
por celular por um estudante
palestino, exibido ontem à
exaustão pela emissora CNN.
Até ontem, o massacre a tiros
com mais vítimas nos EUA era
o ocorrido em Killeen (Texas),
em 1991, quando George Hennard matou 23 pessoas numa
lanchonete e depois se matou.
Num campus, o pior era o da
Universidade do Texas, em
1966, quando Charles Whitman subiu ao relógio da universidade e matou 16 pessoas,
antes de ser morto pela polícia.
NA FOLHA ONLINE - Leia especial
sobre o massacre na Virgínia em
www.folha.com.br/ 071061
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