São Paulo, terça-feira, 17 de abril de 2007

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Homem mata 32 em universidade nos EUA

Massacre é considerado o pior do tipo na história do país; autor se matou com tiro no rosto, dificultando identificação

Ataque durante a manhã no Virgína Tech durou três horas; alguns alunos foram alinhados diante de parede e mortos à queima-roupa

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Ao menos 32 pessoas foram mortas e 30 ficaram feridas no campus de uma universidade do Estado da Virgínia, no que o governo dos EUA chamou de o mais violento massacre a tiros da história do país. As circunstâncias do incidente ainda não estão totalmente esclarecidas.
O autor de pelo menos parte das mortes seria um homem não identificado, que após a chacina teria se matado com um tiro na cabeça, segundo o chefe de polícia da Universidade Técnica da Virgínia, conhecida como Virgínia Tech, em Blacksburg, 390 quilômetros a sudoeste de Washington, onde ocorreu o massacre, no começo da manhã de ontem.
Encontrado pela polícia com um tiro que desfigurou seu rosto, o suposto autor não carregava documentos nem telefone celular, e suas impressões digitais não constam do sistema criminal norte-americano, segundo informações do FBI. Estudantes ouvidos pela Folha por telefone e por agências de notícias dão conta de um asiático de "20 e poucos anos".
"O que ouvimos é que ele teria entrado no campus com duas armas e um colete à prova de balas", disse Ana Carolina Fontes (leia entrevista abaixo). Era asiático e vestia um gorro marrom e uma jaqueta de couro preto, segundo Derek O'Dell, que levou um tiro no braço esquerdo enquanto assistia a uma aula de biologia. Carregava duas armas, de acordo com Gene Cole, funcionário da universidade.
O presidente George W. Bush disse que o país estava "chocado e entristecido", mesma expressão usada pela rainha britânica Elizabeth 2ª, que visitará a Virgínia no mês que vem. O Congresso dos EUA fez um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. Tim Kaine, governador do Estado vizinho a Washington declarou "estado de emergência".
Segundo o relato do reitor da universidade, às 7h15 locais (8h15 de Brasília), a polícia recebeu um telefonema de alguém que ouvira tiros num dormitório do campus. Ao chegar, encontrou duas pessoas mortas a tiros. Duas horas depois, enquanto a primeira investigação estava em curso, um segundo tiroteio começou no prédio da escola de engenharia, do outro lado da universidade.
Ali, 31 pessoas foram mortas, incluindo o suposto assassino, que teria acorrentado algumas portas por dentro, para impedir o acesso da polícia. Não está esclarecido se ambos os incidentes têm o mesmo autor. Pelo menos 27 tiros podem ser ouvidos por um vídeo gravado por celular por um estudante palestino, exibido ontem à exaustão pela emissora CNN.
Até ontem, o massacre a tiros com mais vítimas nos EUA era o ocorrido em Killeen (Texas), em 1991, quando George Hennard matou 23 pessoas numa lanchonete e depois se matou. Num campus, o pior era o da Universidade do Texas, em 1966, quando Charles Whitman subiu ao relógio da universidade e matou 16 pessoas, antes de ser morto pela polícia.
NA FOLHA ONLINE - Leia especial sobre o massacre na Virgínia em www.folha.com.br/ 071061


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