|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA estão "chocados", diz Bush
Incidente deve reabrir debate sobre segurança nas escolas, que em 1999 levou à adoção de "tolerância zero"
Porta-voz do presidente diz que ele ficou "horrorizado" com o massacre, mas que acredita no "direito de as pessoas portarem armas"
Matt Gentry/ "The Roanoke Times"/Associated Press
|
Estudantes do Virgínia Tech observam ação da polícia no campus; leis que regulam porte de armas variam de Estado para Estado |
DE WASHINGTON
O massacre estudantil no Estado da Virgínia levou George
W. Bush a fazer um pronunciamento ao país no fim da tarde
de ontem, do salão de recepções diplomáticas da Casa
Branca. Com ar grave, o presidente disse que o país estava
"chocado e entristecido".
"Escolas deveriam ser lugares de segurança, santuários de
aprendizado", disse Bush.
"Quando um santuário é violado, o impacto é sentido por todas as salas de aula e todas as
comunidades norte-americanas." Em conversa com o governador do Estado, Tim Kaine, Bush disse que seu governo
"faria todo o possível" para ajudar nas investigações.
Kaine disse em Tóquio, onde
estava no momento da tragédia, que é cedo demais para tirar "conclusões prematuras"
sobre a conduta da direção da
universidade, que foi criticada
por alguns estudantes. "É um
dia muito trágico para a Virgínia. Minha reação foi de puro
choque", disse Kaine, que chegou ao Japão ontem para participar de eventos de negócios,
mas decidiu retornar aos EUA
após saber do massacre.
Mais cedo, na entrevista diária, a porta-voz interina da Casa
Branca, Dana Perino, havia dito
que o presidente ficara "horrorizado" com as notícias.
O incidente ocorre no momento em que o debate sobre
controle de armas é retomado,
por conta da campanha presidencial de 2008. A Segunda
Emenda da Constituição trata
do assunto: "Sendo necessária
à segurança de um Estado livre
a existência de uma milícia
bem organizada, o direito do
povo de possuir e usar armas
não poderá ser impedido".
Brechas na lei
Os termos amplos do texto
dão margem a várias interpretações. Assim, as leis que regulam a compra e o porte de armas variam em cada Estado. O
tema é um dos maiores tabus
políticos dos EUA, e tanto o poderoso lobby pró-armas quanto
o que defende maior controle
são bastante ativos.
Indagada pela manhã, à luz
do incidente, qual era posição
de Bush, Perino respondeu que,
"como política, o presidente
acredita que existe o direito de
as pessoas portarem armas,
mas que todas as leis devem ser
seguidas". Completaria: "Obviamente, levar uma arma a um
dormitório escolar e atirar em
alguém é ilegal e o autor deve
ser responsabilizado".
Lembraria ainda que o presidente promoveu em outubro
uma conferência sobre violência nas escolas, "porque essas
são tragédias que ferem o coração do país". As conseqüências
ainda são incertas, mas a reação
da opinião pública pode ser semelhante ao massacre de Columbine, durante o governo do
democrata Bill Clinton.
Então, logo após dois adolescentes daquela região do Colorado matarem doze estudantes
e um professor e se matarem,
em 1999, houve um debate nacional que levou o FBI a organizar um "encontro sobre atiradores em escolas".
Uma medida imediata foi a
adoção por diversas escolas de
uma política de "tolerância zero", que ia da instalação de detectores de metais à adoção de
sistemas "anti-bully" (ou "anti-valentão", em tradução livre).
(SÉRGIO DÁVILA)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frases Índice
|