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Analistas divergem sobre o peso da pressão social nos assassinatos no país
FÁBIO CHIOSSI
DA REDAÇÃO
Afirmando não ter informações suficientes para uma análise elaborada do massacre na
Virgínia, o professor Thomas
K. Capozzoli, da Universidade
Purdue, indica como um facilitador das ações violentas nas
escolas dos EUA o fato de elas
serem abertas, ou seja, as pessoas de fora e/ou potencialmente perigosas terem acesso
fácil aos locais.
"Cada situação de violência é
uma situação específica", diz
Capozzoli, co-autor de dois livros sobre violência, ao afirmar
não crer que a idéia de que uma
pressão social para que os jovens sejam bem-sucedidos e
uma conseqüente frustração
em não atendê-la possa ser um
fator determinante em casos de
massacres de alunos.
Esse tipo de violência pode
estar mais associada à inclusão
ou não em determinados grupos sociais no ambiente escolar, avalia o professor, autor de
"Kids Killing Kids - managing
violence and gangs in schools"
(crianças que matam crianças
-lidando com violência e gangues em escolas).
Mas é difícil saber os motivos
desses atos de violência, diz Capozzoli, porque "os atiradores
também morrem", o que inviabiliza uma análise de suas
idéias na tentativa de descobrir
o que efetivamente os motivou.
Também frisando que ainda
há insuficiência de dados para
uma análise mais aprofundada,
a professora Maria Ângelo Carneiro, da Faculdade de Educação da PUC, não descarta uma
pressão social por sucesso como um dos motivos geradores
de violência entre os jovens
americanos. "Por mais que o jovem estude", diz Carneiro, "a
formação parece ser insuficiente para que ele ingresse com
boas chances no mercado de
trabalho". Ela diz suspeitar que
o estresse dessa situação possa
motivar a violência.
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