São Paulo, terça-feira, 17 de abril de 2007

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Analistas divergem sobre o peso da pressão social nos assassinatos no país

FÁBIO CHIOSSI
DA REDAÇÃO

Afirmando não ter informações suficientes para uma análise elaborada do massacre na Virgínia, o professor Thomas K. Capozzoli, da Universidade Purdue, indica como um facilitador das ações violentas nas escolas dos EUA o fato de elas serem abertas, ou seja, as pessoas de fora e/ou potencialmente perigosas terem acesso fácil aos locais.
"Cada situação de violência é uma situação específica", diz Capozzoli, co-autor de dois livros sobre violência, ao afirmar não crer que a idéia de que uma pressão social para que os jovens sejam bem-sucedidos e uma conseqüente frustração em não atendê-la possa ser um fator determinante em casos de massacres de alunos.
Esse tipo de violência pode estar mais associada à inclusão ou não em determinados grupos sociais no ambiente escolar, avalia o professor, autor de "Kids Killing Kids - managing violence and gangs in schools" (crianças que matam crianças -lidando com violência e gangues em escolas).
Mas é difícil saber os motivos desses atos de violência, diz Capozzoli, porque "os atiradores também morrem", o que inviabiliza uma análise de suas idéias na tentativa de descobrir o que efetivamente os motivou.
Também frisando que ainda há insuficiência de dados para uma análise mais aprofundada, a professora Maria Ângelo Carneiro, da Faculdade de Educação da PUC, não descarta uma pressão social por sucesso como um dos motivos geradores de violência entre os jovens americanos. "Por mais que o jovem estude", diz Carneiro, "a formação parece ser insuficiente para que ele ingresse com boas chances no mercado de trabalho". Ela diz suspeitar que o estresse dessa situação possa motivar a violência.


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